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Tipo de gordura pode interferir na recuperação de pacientes em UTI

da Redação

28/08/2007 20h58

Se a boa alimentação é fundamental para qualquer indivíduo saudável, em pacientes com o organismo debilitado pode fazer toda a diferença. Medidas como reduzir ao máximo o período de jejum e administrar o tipo adequado de nutriente já são vistas como parte importante do tratamento e não apenas um suporte para quem está internado.

Segundo o médico intensivista Luiz André Magno, o processo inflamatório é uma das principais causas de mortalidade em UTIs e, algumas gorduras, como o ômega 9, presente no azeite de oliva, podem evitar que o quadro se agrave. "Já o óleo de soja, que contém ômega 6, pode ter efeito contrário, intensificando a reação inflamatória", explica o médico, membro da equipe de terapia nutricional do Hospital São Luiz, em São Paulo.

Um dos estudos sobre a influência das gorduras no sistema imunológico de pacientes graves foi coordenado pela bióloga Maria Fernanda Cury Boaventura, do Instituto de Ciências Biológicas da USP. Os resultados serão apresentados nesta quinta-feira (30), no V Congresso Paulista de Nutrição Clínica, em São Paulo.

"Por exercer um papel neutro sobre a inflamação, o ômega 9 mostrou-se o tipo de lipídio mais indicado para o uso em nutrição parenteral, que é a administrada por via endovenosa", explica. De acordo com ela, o conceito é relativamente novo e faltam estudos clínicos, mas muitas emulsões utilizadas em UTIs atualmente já contam com o óleo de oliva.

Outro aspecto abordado no evento será a importância de se iniciar a nutrição parenteral o quanto antes, já que mais de 70% dos pacientes internados em UTIs apresentam algum grau de desnutrição. Como explica Magno, certos procedimentos cirúrgicos exigem jejum, mas hoje os médicos já sabem que, quanto menos tempo o indivíduo ficar sem nutrientes, mais rápida será sua recuperação.