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Flacidez: é possível tratar sem cirurgia plástica?

Da Redação

06/02/2008 17h17

Pele de bebê e corpo durinho costumam ser o sonho de beleza de dez entre dez mulheres, especialmente depois dos 30 anos, quando a "lei da gravidade" começa a deixar rastros. Isso porque, com o passar da idade, nosso organismo produz menos fibroblastos, células que produzem o colágeno e a elastina, as fibras responsáveis pela sustentação da pele.

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As áreas assinaladas são as mais propensas à flacidez, especialmente para as mulheres
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Além de conviverem com o fantasma da celulite, as mulheres sofrem mais com a flacidez devido à distribuição de gordura no corpo, que exige uma elasticidade maior da pele. A gravidez é outro agravante. "A perda do tônus pode ter múltiplas causas, como fatores genéticos e hábitos de vida", afirma a dermatologista Kátia Castello Branco.

Quem vive fazendo dietas e sofre alterações de peso constantes tende a sofrer com o problema antes do tempo. É como puxar um elástico durante muitas horas e depois soltar - o formato original nunca é readquirido. "Em adolescentes é até possível recuperar o tecido depois de um processo de perda ou ganho de peso, mas conforme os anos passam fica mais difícil a pele voltar ao normal", diz a especialista.

Outro fator raramente associado à flacidez é a exposição exagerada ao sol. A radiação ultravioleta prejudica a produção de fibroblastos, acelerando a flacidez e o envelhecimento, portanto a proteção solar não é só uma arma de prevenção ao câncer. "As áreas mais expostas, como rosto, pescoço e mãos, são as mais fragilizadas", explica a dermatologista Denise Steiner.

Alimentação equilibrada e atividade física regular também fazem parte do arsenal antiflacidez. "O consumo de proteínas é fundamental para a produção das fibras de colágeno e os exercícios ajudam porque os músculos funcionam como um 'colchão' abaixo da pele", justifica.

Já para o rosto, não é qualquer tipo de ginástica que traz benefícios. Franzir demais a testa, por exemplo, só piora a tonicidade da pele. "Corredores e maratonistas têm maior tendência à flacidez por causa da tensão exagerada dos músculos da face, além do próprio efeito da gravidade", comenta a dermatologista.

Lipoaspiração e flacidez

Muita gente acha que a lipoaspiração é a solução para afinar a barriga, os braços e as coxas. Mas, quando há flacidez, o procedimento pode até agravar o problema. "Quando a cânula é movimentada aleatoriamente para aspirar a gordura, o colágeno pode ser destruído, comprometendo a retração da pele", explica o cirurgião plástico Ewaldo Bolívar de Souza Pinto.

O médico realizou um mapeamento inédito do colágeno na camada superficial de gordura do corpo para auxiliar os médicos que realizam o procedimento. O trabalho será apresentado no 9º Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, entre 14 e 16 de março em São Paulo.

De acordo com o estudo, em áreas como culotes, flancos, costas e submento (região logo abaixo do queixo), o colágeno é mais denso, por isso a retração da pele é facilitada após o procedimento. Já em outras, como abdômen superior, nádegas, braços e parte interna das coxas, o colágeno é mais frouxo e a lipoaspiração pode deixar ondulações. É por isso que, para certas pessoas, só a cirurgia plástica aliada à aspiração da gordura pode trazer resultados satisfatórios.

Tratamentos estéticos funcionam?

Depois que o estrago foi feito, tratar a flacidez não é nada fácil. Para o rosto, técnicas como a aplicação de laser e radiofreqüência ajudam a estimular o colágeno. Como explica Steiner, a luz atinge camadas mais profundas da pele, sem agredir a epiderme, e faz o organismo defender-se com a produção de mais fibras.

Para o corpo, a aplicação de correntes elétricas de baixa intensidade, como a estimulação russa, e os tratamentos injetáveis, como mesoterapia e carboxiterapia , geram resultados variáveis. "Tudo depende da idade, do grau de flacidez e da prática de atividade física", esclarece Castello Branco.

Já os cremes antiflacidez não recuperam o dano instalado, segundo as especialistas, pois o nível de absorção das substâncias é mínimo. Antes de esvaziar o bolso com potes mágicos e massagens miraculosas, vale a pena consultar um especialista de confiança.