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Estudo recomenda trocar vacina oral contra a polio pela de vírus inativado

Da Redação*

25/03/2008 13h33

Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) discutem a necessidade de substituir a vacina oral contra a poliomelite pela vacina de vírus inativado.

A razão é que o risco de desenvolver paralisia por vírus derivados da própria vacina seria, atualmente, maior do que o risco de contrair a doença pelo vírus selvagem.

Um estudo realizado no Brasil avaliou essa tendência e apontou a necessidade de se introduzir, no calendário brasileiro, a vacina com vírus inativado para combater a poliomielite.

O trabalho foi publicado na "Revista Paulista de Pediatria".

De acordo com a autora do estudo, Lucia Ferro Bricks, professora do departamento de pediatria da Universidade de São Paulo, o objetivo da foi fazer uma análise crítica das estratégias propostas pela OMS para controle global da poliomielite, bem como discutir riscos e benefícios de mudar a estratégia de vacinação adotada no Brasil.

Em entrevista à Revista Fapesp, ela afirmou que a vacina oral, que trouxe tantos benefícios à humanidade, hoje é responsável por casos de paralisia, incluindo o poliovírus tipo 2, que não circula mais no mundo.

Casos de paralisia associados aos vírus circulantes derivados da vacina oral foram identificados na República Dominicana, Haiti, Egito, Iêmen e em outros países, tornando-se motivo de preocupação da OMS, segundo ela.

Ela explica que o Brasil não tem casos de paralisia pelo vírus selvagem há quase uma década, graças à vacina oral e às campanhas de vacinação.

Ao mesmo tempo, os casos de paralisia por vírus derivados dos
poliovírus vacinais são raros, principalmente em populações com elevadas coberturas vacinais. Mesmo assim, os pesquisadores consideram que eles dificultam a erradicação da doença.

*Com informações da Agência Fapesp