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Uma dieta sob medida para o seu perfil genético: é o que promete a nutrogenômica

Suzana Esper<br>Especial para o UOL Ciência e Saúde

31/03/2008 19h30

Um novo ramo de estudos promete fazer com que, no futuro, as pessoas saibam exatamente o que comer para controlar a predisposição genética a determinadas doenças.

Trata-se da nutrogenômica, campo da nutrição que começou a despontar há cerca de 20 anos, com o mapeamento do genoma humano e as descobertas sobre a relação entre dieta e envelhecimento celular.

Um dos aspectos envolvidos na nutrogenômica é o uso dos alimentos funcionais, conceito que surgiu no Japão, na década de 80, com a constatação de que certos alimentos produzem efeitos benéficos à saúde, como o azeite e a soja. No Brasil, essa categoria de ingredientes foi efetivada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2001.

O cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração e do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo, ressalta que as maiores contribuições da nutrogenômica são os estudos sobre obesidade e diabetes. "As pesquisas nesse campo indicam que a obesidade infantil está relacionada à obesidade no adulto, assim como a resposta à insulina varia de pessoa para pessoa", afirma.

O médico nutrólogo Durval Ribas Filho, da Associação Brasileira de Nutrição (Abran), também cita estudos que mostram o benefício de uma dieta colorida na prevenção de doenças crônicas e degenerativas, como o mal de Alzheimer, a hipertensão e o diabetes. "Os pigmentos indicam a presença de antioxidantes no alimento", relata.

Ribas Filho esclarece, no entanto, que nutrogenômica não tem nada a ver com dieta do tipo sangüíneo, algo que não tem validação científica.