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The New York Times: Muitos mosquitos, poucas redes

Donald G. McNeil Jr.<br>The New York Times

08/05/2008 18h21

Simples como elas são, até mesmo redes contra mosquitos geram complicados jogos de números. Apenas uma resposta é fácil: Mais redes são necessárias.

No fim de abril, como parte do primeiro Dia Mundial da Malária oficial, o Secretário-Geral das Nações Unidas Ban Ki-moon pediu por uma "cobertura universal" até 2010.

Pelo bem da simplicidade, a maioria dos peritos concorda com uma estimativa - que o mundo precisa de cerca de 250 milhões de redes a aproximadamente US$10 cada.

Isso seria para a meta atual das Nações Unidas de proteger com redes 80% de todas as mulheres grávidas e crianças abaixo de cinco anos que vivem em áreas sujeitas à malária.

A meta é um tanto arbitrária, já que o ideal seria oferecer redes para todos - mas isso iria mais do que dobrar os custos.

O corte na idade de cinco anos é usado porque crianças mais velhas geralmente desenvolvem resistência com a reincidência das infecções. Mas alguns peritos temem um crescimento nas mortes de crianças acima de 6 anos, uma vez que elas aumentam em número num ritmo maior que as redes. Cerca de um milhão de pessoas, na sua maioria crianças, morrem de malária a cada ano.

A meta de 80% contém uma margem de segurança: pesquisas sugerem que quando mais de 60% das casas de uma vila usam redes cheias de inseticida, os mosquitos morrem, em vez de mudarem o foco e picarem vizinhos desprotegidos.

As redes custam cerca de US$5, mas a entrega não é barata; 250 milhões de redes encheriam 10 mil contêineres de envio. Além disso, as redes estragam em cinco anos, de forma que são necessárias mais 75 milhões todos os anos.

Doadores discordam sobre a quantidade de dinheiro levantada até agora; alguns dizem ser suficiente para 140 milhões de redes, outros para menos de 100 milhões.