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País pode perder pesquisadores se STF proibir pesquisas, prevê entidade

Ana Luiza Zenker<br><br/> Repórter da Agência Brasil <br/>

28/05/2008 11h42

O movimento é tranqüilo na Praça dos Três Poderes em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto os ministros da Corte julgam a ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o Artigo 5º da Lei de Biossegurança, que autoriza pesquisas com células-tronco embrionárias.

Para a integrante do Movimento de Vida Independente do Brasil Flávia Maria Vital, que veio de São Paulo, o dia é de esperança. "Eu acredito que hoje nós vamos abrir essa possibilidade de pesquisa no Brasil, que é muito importante, não só para continuar a esperança de as futuras gerações não terem uma vida privada de tantas coisas como nós temos, mas também para a gente manter no Brasil um pólo de pesquisa".

Flávia, que tem deficiência física e precisa de uma cadeira de rodas para se locomover, acredita que a proibição dos estudos vai fazer com que pesquisadores brasileiros deixem o país, além de limitar o acesso a tratamentos apenas para pessoas que têm condições financeiras de buscar especialistas em outros países, onde as pesquisas já são realizadas.

Para o coordenador nacional do Movimento Brasil sem Aborto, Jaime Ferreira Lopes, a sociedade deveria ter mais tempo para debater a questão. "Acho que, se houvesse novo pedido de vista, para a sociedade brasileira seria interessante, porque esse é um tema que deveria ter participação maior da sociedade na defesa dos argumentos de um lado e de outro".

O STF começou a analisar a ação no dia 5 de março, mas o julgamento foi suspenso depois de um pedido de vista do ministro Menezes Direito