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DNA "dedo-duro" revela presença de invasores secretos

Henry Fountain<br>The New York Times

29/05/2008 18h13

Ao lidar com espécies invasoras, conservacionistas primeiro devem identificar a extensão do problema. Mas nem sempre é fácil. Alguns animais são tão misteriosos que encontrá-los para determinar o quanto se espalharam é quase impossível.

Mas o que fazem os conservacionistas? Cientistas franceses têm uma resposta, pelo menos para alguns animais aquáticos: através da detecção de pedacinhos do DNA desses animais na água.

Gentile Francesco Ficetola, da Joseph Fourier University, em Grenoble, e seus colegas relatam, na "Biology Letters", haver detectado com sucesso a presença de sapos aquáticos, uma das espécies invasoras mais prejudiciais da região, ao encontrar seu DNA nas águas de um lago. Os pesquisadores usaram fragmentos de DNA para ampliar uma parte da cadeia genética particular a esses sapos.

Essa abordagem se baseia no fato de que fragmentos de DNA podem persistir no meio ambiente por algum tempo. Os pesquisadores encontraram o DNA em lagos onde sabiam que havia sapos aquáticos e não o encontraram em diversos lagos onde suspeitavam que não houvesse sapos.

Como o DNA foi detectado em concentrações baixíssimas, a técnica pode ser especialmente útil para monitorar quando uma espécie começa a invadir um hábitat particular, ou para observar de perto espécies ameaçadas com populações muito pequenas.