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O cérebro: quem telefona pode estar fora da vista, mas dentro da mente

Eric Nagourney<br>The New York Times

13/06/2008 15h00

Um estudo pode trazer uma luz sobre por que falar ao celular parece ter a tendência de causar acidentes de trânsito.

O estudo examinou como ter uma conversa com alguém que não está presente compete com as partes do cérebro necessárias para realizarmos tarefas visuais.

O relato, que aparece na edição atual de "Experimental Psychology", foi escrito por Amit Almor, professor associado de psicologia na Universidade da Carolina do Sul.

Para o estudo, voluntários tomaram parte numa série de testes visuais em um computador enquanto escutavam informações sobre, por exemplo, como preparar um aquário ou encontrar o Norte usando o sol ou as estrelas. Então eles eram questionados sobre o que haviam escutado.

Os voluntários se saíram muito melhor em suas tarefas visuais quando estavam apenas ouvindo, em oposição aos que se preparavam para falar ou falavam. Quando estavam apenas ouvindo, se a demanda em seus cérebros se tornasse grandes demais, eles podiam simplesmente se desligar do que estavam ouvindo.

O estudo encontrou diferenças, embora menores, tomando como base de onde o som estava vindo. Quando o áudio vinha da mesma direção para onde os participantes estavam virados para realizar suas tarefas visuais, eles se saíam melhores.

Pode ser, diz o estudo, que quando as pessoas falam com alguém que não está presente, as partes do cérebro que processam o visual criam uma representação de onde a outra pessoa pode estar. Isso sugere, diz Almor, que o uso de celulares pode ser mais seguro se o som vier da frente.