Topo

Bagaço de uva pode virar extrato que reduz risco de câncer e doenças cardiovasculares

Da Redação*

26/06/2008 14h55

O bagaço de duas variedades de uva, subproduto do processamento de vinhos e sucos que normalmente é descartado, pode contribuir para a redução do risco de cânceres e doenças cardiovasculares. A conclusão é de Emília Ishimoto, pesquisadora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

Em sua tese de doutorado, a pesquisadora fez a desidratação e trituração da casca e das sementes de duas variedades de uva, cabernet sauvignon e isabel, para obtenção de um tipo de farinha de bagaço e, em seguida, para a elaboração de extratos concentrados e até sorvetes.

Com o objetivo de avaliar a capacidade antioxidante do bagaço e sua atuação no perfil lipídico dos animais, 60 hamsters foram divididos em seis grupos e submetidos a diferentes dietas. Um grupo utilizado como controle recebeu alimentação normal e outro teve dieta acrescida com óleo de coco, de modo a aumentar o teor de gordura consumido.

Os outros quatro grupos de dez animais se alimentaram com subprodutos do bagaço de uva, sendo dois com extratos e dois com farinhas de vinho, um de cada variedade da fruta. Depois de cerca de um mês, os pesquisadores coletaram amostras de sangue e sacrificaram todos os animais para extrair seus fígados.

Os quatro grupos de hamsters tratados com bagaço de uva, de acordo com Emília, apresentaram uma redução de até 32% do colesterol total em relação aos outros dois grupos que não ingeriram os subprodutos. Eles também apresentaram redução de 50% nos níveis de triglicérides.

Segundo a pesquisadora, as enzimas antioxidantes do bagaço de uva foram mensuradas no fígado dos animais. Algumas delas, como catalase, que protege o organismo contra a ação de radicais livres, teve seu poder de ação dobrado, o que indica um potencial de redução no risco de doenças ligadas ao estresse oxidativo, como câncer, diabetes e Parkinson.

*Com informações da Agência Fapesp