Topo

Falta de verba e de profissionais dificulta tratamento de doentes renais, diz associação

Da Agência Brasil

14/07/2008 11h34

O aumento dos custos da diálise e o número reduzido de nefrologistas na rede pública dificultam o tratamento dos portadores de doença renal crônica, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), Paulo Luconi.

A solução apresentada para os problemas de assistência médica ao doente renal crônico no país, em especial a falta de diálise, é a regulamentação da Emenda 29 - que destina mais recursos para a saúde - e o aumento do orçamento para o setor. Luconi e o presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Jocemir Lugon, apresentaram a proposta durante reunião, na semana passada, com o secretário de Atenção à Saúde, José Carvalho de Noronha.

Diálise é um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Segundo os dois especialistas, em alguns casos, o paciente recebe a recomendação médica para fazer a hemodiálise ou até mesmo o transplante, tudo depende do diagnóstico.

Lugon explicou que os rins têm a função de eliminar substâncias tóxicas do organismo por meio da urina. Participam também da excreção de água e de sais minerais, do controle da acidez do sangue e da produção de hormônios. "Quando os rins sofrem de alguma doença crônica que leve à perda de suas funções, dizemos que há insuficiência renal crônica".

De acordo com Paulo Luconi, atualmente existem no Brasil cerca de 75 mil doentes renais crônicos, que dependem de diálise ou transplante para sobreviver. Diabetes, hipertensão e envelhecimento populacional são as principais causas. "Esse número deve duplicar nos próximos quatro anos, pelo menos dois milhões de brasileiros apresentam algum grau de disfunção renal, mas 70% não sabem que têm a doença", explica Luconi.

Incentivo à prevenção e mais divulgação de informações sobre a doença renal crônica, com a identificação dos grupos de risco, foram outros pontos destacados na reunião com o secretário de Atenção à Saúde, de acordo com Luconi e Lugon.