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Greenpeace faz manifestação contra licença para Angra 3

Claudia Andrade<br>Em Brasília

23/07/2008 19h49

Dois homens vestidos com macacões e usando máscaras protetoras estavam do lado de fora do Ministério do Meio Ambiente nesta quarta-feira, ao final da entrevista coletiva do ministro Carlos Minc para anunciar a liberação da licença prévia para a usina nuclear de Angra 3.

Os dois ativistas do Greenpeace estavam ao lado de uma foto do presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Roberto Messias Franco. O dirigente ilustrava a frase contrária à licença: "O Messias chegou e traz más notícias. Usina Nuclear Angra 3 Aprovada". A mesma imagem está na página inicial da ONG (Organização Não-Governamental) na Internet.

Um representante do Greenpeace acompanhou a entrevista do ministro e do presidente do Ibama. Segundo Ricardo Baitelo, coordenador de campanha de energias renováveis, a ONG vai continuar protestando contra a energia nuclear.

"Nossa posição é contrária à geração nuclear para eletricidade. A liberação dessa licença é algo negativo, porque só prevê compensações, que não vão resolver o problema", criticou. Para ele, a Eletronuclear, responsável pelo projeto, deveria ser obrigada a apresentar uma "solução concreta" para a questão do lixo nuclear, antes que a licença fosse liberada.

O coordenador cita ainda outros pontos que deveriam ter sido analisados com mais detalhes. "O plano de evacuação é muito vago, fala só da construção de uma estrada, lá na frente", diz, citando um item da licença que prevê a implantação do trecho Parati-Cunha da Estrada Parque da Bocaina.

"Se tivesse sido feita uma comparação da energia nuclear com outras fontes de energia, teria visto que há outras opções de menor custo e menor impacto", conclui.