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Argentina faz história ao discursar em cúpula sobre Aids

Da Ansa<br>Na Cidade do México

07/08/2008 11h36

A argentina Elena Reynaga transformou-se, ontem, em uma importante personagem na luta das prostitutas por mais respeito aos seus direitos. Durante a 17ª Conferência Mundial sobre a Aids, realizada na capital mexicana, a secretária-executiva da Rede de Profissionais do Sexo da América Latina e do Caribe foi a primeira de sua categoria a discursar em um evento de tal magnitude.

Sob fortes aplausos, ela exigiu a descriminalização de seu trabalho e falou do preconceito ao qual ela e suas colegas são submetidas. "Quem é mais resistente a usar preservativos?", questionou. "São os homens. Quem paga pelos serviços das profissionais do sexo? Também são os homens. Mas quem é alvo de preconceitos? As mulheres", completou.

Segundo Reynaga, a Rede de Profissionais do Sexo da América Latina e do Caribe conseguiu diminuir a contaminação pelo vírus HIV. "Nós, as profissionais do sexo, não somos parte do problema, e sim da solução", enfatizou.

A ativista afirmou que o melhor caminho para conter a epidemia entre suas colegas são a conscientização sobre a doença e os direitos humanos E a politização.

Reynaga, que também fundou a Associação de Meretrizes Argentinas (Amar), exigiu que os testes de sorologia do HIV sejam gratuitos e confidenciais. Com base em dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (ONUSIDA), a profissional explicou que, de cada três prostitutas, uma não recebe nenhum tipo de serviço de prevenção ou tratamento para o vírus HIV. Ela pediu a universalização dos tratamentos.