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NYT: Circuncisão protege contra HIV mesmo após fim de experimentos científicos

Por Lawrence K. Altman<br>The New York Times

13/08/2008 20h19

Segundo um estudo africano, observações realizadas em homens logo após serem circuncidados mostram que os efeitos do procedimento de proteção contra o HIV duram pelo menos três anos e meio, afirmaram os pesquisadores durante a 17ª Conferência Internacional sobre Aids, na última semana.

O estudo é um dos três que foram interrompidos antes da conclusão programada quando análises estatísticas demonstraram benefícios importantes para a circuncisão.

Não houve dúvidas quanto à necessidade ética de interromper os testes. Mas alguns profissionais da área de saúde não acreditam que a proteção fosse continuar por mais de dois anos se os testes pudessem ter continuidade.

Os céticos afirmaram que muitos dos homens circuncidados ainda podem se contaminar com o passar do tempo.

"Os novos resultados dissipam as preocupações" porque eles mostram benefícios prolongados e possivelmente maiores, disse Dr. Robert C. Bailey da University of Illinois, em Chicago. Seu estudo em Kisumu, no Quênia, foi interrompido 24 meses após muitos dos participantes terem sido circuncidados.

Naquele momento, os participantes foram informados sobre os resultados do estudo e foi oferecida a circuncisão. Os pesquisadores continuaram a observar o número de infecções entre os grupos de circuncidados e não-circuncidados.

No grupo de circuncisão, 24 homens, ou 2,6%, foram infectados. Entre os não-circuncidados, a taxa de infecção foi de 7,4%, ou 65 homens. Técnicas de estatística mostraram que o procedimento reduziu as chances de contaminação pelo HIV em 64%.

Bailey afirmou que sua equipe planeja observar esses grupos de homens até setembro de 2009.