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Campanha busca conscientizar população sobre linfomas

Patrícia Junqueira<br>De São Paulo

14/09/2008 08h00

O linfoma é o terceiro tipo de câncer mais comum em crianças, segundo o Graac (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), e um dos menos conhecidos pela população. A doença, que afeta o sistema linfático, também atinge adultos e é para conscientizar e alertar a população brasileira sobre a importância do diagnóstico precoce que a Abrale (Associação Brasileira de Portadores de Linfoma e Leucemia) realiza, neste domingo, a Campanha do Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, com uma série de eventos em 9 cidades Brasileiras - São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Recife e Goiânia. O projeto é mundial e acontece em mais 20 países.

Veja o vídeo da campanha
"Uma campanha assim é importante para chamar a atenção das pessoas para acompanhar os sinais da doença", opina o oncologista do Graac e do Setor de Oncologia do Departamento de Pediatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Flavio Luisi. O médico ressalta a importância de a doença ser diagnosticada cedo para aumentar as chances de cura. "Em crianças, há 90% de chance de cura", diz.

O sistema linfático faz parte da defesa natural do organismo contra infecções e é formado por canais que percorrem o corpo todo, levando uma substância chamada de linfa, que contém os linfócitos - células que atuam na defesa contra infecções. As amídalas, o fígado e o baço também fazem parte do sistema linfático.

O câncer linfático acontece quando os linfócitos agrupados nos gânglios linfáticos - localizados no pescoço, nas axilas e na virília - começam a multiplicar-se e crescer de forma desordenada. Os linfomas podem ser encontrados em qualquer parte do corpo onde os linfócitos circulam. "m gânglio inchado no pescoço pode ser sinal da presença de um tumor no fígado", explica Luisi. "Em crianças, é mais comum o tumor aparecer no mediastino (uma das três cavidades do tórax), no baço e no fígado", completa.

Os linfomas podem ser de dois tipos: Hodgkin ou não Hodgkin. A diferença se deve à presença de uma célula específica no primeiro caso e que foi descrita pela primeira vez pelo médico inglês Thomas Hodgkin. "Um dos primeiros sintomas que pode ser observado é a inflamação dos gânglios linfáticos, as chamadas 'ínguas', especialmente na lateral do pescoço", destaca Luisi. Além disso, outros sintomas como a perda de peso, transpiração excessiva durante a noite e febre recorrente podem ser notados.

No Brasil, não há estatísticas oficiais sobre a ocorrência da doença, o que pode agravar a falta de conhecimento da população. "Pessoas com menos informação chegam com tumores maiores e mais difíceis de tratar", aponta Luisi.

Nos eventos de hoje, organizados pela Abrale, a população receberá orientação médica sobre a doença. Para se informar sobre as atividades e palestras, visite o site da campanha.