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Programa explica as teorias sobre o fim do Universo

Tatiana Pronin<br>Do UOL Ciência e Saúde

09/01/2009 19h59

Qualquer astrônomo pode explicar qual a origem do Universo, baseado na teoria do Big Bang, a grande explosão que resultou no surgimento de tudo o que existe. Mas ninguém sabe como essa história vai acabar. Neste domingo (11), às 22h, o programa "O Fim do Universo", do canal NatGeo, traz as hipóteses mais difundidas sobre a resposta que todos os estudiosos do cosmo procuram.

NatGeo
O astrônomo Robert Caldwell, especialista em cosmologia, explica as teorias sobre o fim do Universo em programa da NatGeo
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Antigamente, cientistas defendiam que o Universo iria sofrer uma retração, que faria as galáxias condensarem-se em um só ponto (e então, quem sabe, uma nova expansão poderia ocorrer). É o chamado Big Crunch (algo como grande implosão, ou encolhimento) - um Big Bang ao contrário. Mas de descobertas mais recentes, feitas graças a telescópios modernos e aceleradores de partículas, fizeram a tese ser deixada de lado.

A teoria mais popular, atualmente, é a do Big Freeze (grande congelamento): a expansão ocorreria indefinidamente até que o "combustível" chegasse ao fim. O Universo ficaria sem luz e sem calor.

Uma terceira hipótese, polêmica, diz que o Universo vai se expandir como a borracha de um balão enchido, até o inevitável rompimento. A história do Universo, portanto, começaria e terminaria com uma explosão. O astrônomo Robert Caldwell, professor da Dartmouth College, nos EUA, e consultor da Nasa, é um dos criadores dessa teoria, batizada de Big Rip (grande ruptura).

A possibilidade apontada por Caldwell baseia-se na idéia de que uma força chamada "energia escura" faz o Universo se expandir cada vez mais rápido. O problema, como o próprio cosmólogo ressalta, é que ninguém até hoje conseguiu comprovar sua existência.

A energia escura seria uma força que se opõe à matéria escura, um tipo de matéria que não emite nenhum tipo de radiação, por isso não pode ser detectado diretamente pelos cientistas (daí o termo "escura") - ela só pode ser "vista" a partir de seus efeitos gravitacionais.

Estima-se que apenas 4% ou 5% do Universo sejam compostos de matéria bariônica, aquela que podemos ver ou mensurar. Cerca de 22% seriam matéria escura e, todo o restante, energia escura.

Caldwell acredita que o LHC, o Grande Colisor de Hádrons,, previsto para entrar em funcionamento ainda este ano, trará novas pistas sobre o fim do Universo. "É a única forma de estudar certas partículas aqui na Terra, compreender melhor os princípios da matéria e encontrar evidências sobre a energia escura", disse o astrônomo em entrevista ao UOL Ciência e Saúde.

Se a teoria de Caldwell estiver correta, o que viria depois do Big Rip? "Nossa, eu não sei", responde ele. "Se de fato a ruptura ocorrer, será simplesmente o fim. É difícil conceber a idéia do tempo acabando, mas é o que a equação mostra: nada acontece depois." A única certeza que se tem é que ainda há alguns bilhões de anos pela frente para que muitas outras teorias sejam criadas. Aqui ou em alguma galáxia distante.


"O Fim do Universo"
NatGeo - National Geographic Channel
Domingo (11) às 22h