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Aumento da idade mínima para beber não reduz consumo excessivo entre universitários

Eric Nagourney<br>The New York Times

30/06/2009 21h59

Um novo estudo descobriu que, com o aumento da idade mínima para consumo de bebida alcoólica nos Estados Unidos, a ingestão exagerada de bebidas diminuiu - com exceção de estudantes universitários.

Em texto publicado no periódico "The Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry", pesquisadores disseram que o excesso de bebida entre homens de 18 a 20 anos que não frequentam a universidade diminuiu em mais de 30%.

Entretanto, os índices permaneceram estáveis - e significativos - entre estudantes universitários do sexo masculino. Além disso, houve aumento nos índices para estudantes universitárias mulheres.

Em 1984, o governo federal americano decidiu reter recursos de rodovias de qualquer Estado que não tivesse a idade mínima para consumo de bebidas de 21 anos. Com o tempo, todos os estados obedeceram. Como resultado, afirmam especialistas em saúde pública, as mortes nas rodovias diminuíram, entre outros benefícios.

No entanto, alguns representantes de universidades levantaram a dúvidas sobre se o aumento da idade mínima para consumo de álcool forçou a atitude de beber escondido e encorajou o consumo excessivo de bebidas. Alguns legisladores estaduais têm lançado um novo olhar sobre a questão.

Para o estudo, pesquisadores observaram informações coletadas de 1979 a 2006 pela Pesquisa Nacional Sobre Uso de Drogas e Saúde sobre o consumo excessivo de álcool, definido como cinco doses ou mais de bebida.

No geral, os pesquisadores, liderados pelo Dr. Richard A. Grucza, da faculdade de medicina da Universidade de Washington, descobriram que o consumo excessivo de álcool diminuiu - uma mudança que eles atribuíram, pelo menos em parte, ao aumento da idade mínima para consumo de bebidas alcoólicas.

Porém, se essa mudança dificultou a obtenção de álcool por alunos de escolas, esse não é o caso dos estudantes universitários. Morar perto de alguém que pode comprar bebidas alcoólicas legalmente torna isso muito mais acessível, disse Grucza.

O estudo descobriu que quase metade dos homens universitários entrevistados, e quase 40% das mulheres, relataram consumir álcool em excesso