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Vacina contra tuberculose é perigosa para bebês com vírus da Aids

Donald G. McNeil Jr.

07/07/2009 19h18

A vacina contra tuberculose, rotineiramente administrada em 75% dos bebês do mundo, é arriscada demais para ser dada àqueles nascidos com o vírus da Aids, afirma um novo estudo, publicado pela Organização Mundial da Saúde. Ele recomendou que a vacinação seja adiada, até que os bebês sejam testados para o vírus.

A vacina Bacille Calmette-Guerin, conhecida como BCG, protege crianças contra meningite tuberculosa fatal, apesar de não funcionar tão bem contra a forma pulmonar da doença. Ela tem sido usada desde 1921, e crianças de vários países - os Estados Unidos, porém, nunca a adotaram - levam sua cicatriz redonda característica.

No entanto, pelo fato de que essa é uma vacina viva, uma variação enfraquecida da tuberculose bovina, ela pode causar seu próprio problema - "doença BCG disseminada", um tipo de infecção bacteriana que pode atacar o corpo. É fatal em mais de 70% dos casos.

Em países como África do Sul, onde são comuns a tuberculose e transmissões de mãe para filho do vírus da Aids, a vacina quase não traz proteção contra a tuberculose à criança infectada; em vez disso, pode matá-las com a doença BCG, disseram os autores. O estudo, realizado em três hospitais pediátricos da África do Sul, foi complexo, pois a doença BCG e a tuberculose podem parecer idênticas, então cada infecção tem de ser investigada.

Apesar de recomendarem o adiamento da vacinação, os autores reconhecem que isso não será fácil. Em países pobres, os bebês geralmente não retornam seis semanas depois para um teste, e dez semanas depois para uma vacina. Então, a prática perigosa de vacinar todos os bebês pode continuar, pois protege os que não estão infectados.