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Cuidado com a dieta é essencial para a qualidade de vida do diabético

Chris Bueno<br>Especial para o UOL Ciência e Saúde

13/07/2009 07h00

É muito difícil recusar um pedaço de torta. Mas os diabéticos têm que resistir bravamente à tentação de ingerir alimentos ricos em açúcar. Como os diabéticos têm deficiência de insulina, hormônio responsável por transportar a glicose da alimentação para o interior das células do organismo, esse açúcar fica acumulado no sangue.

O acúmulo de glicose pode ter conseqüências graves, como o comprometimento dos vasos sangüíneos, podendo resultar em derrames cerebrais, ataques cardíacos e até gangrena (morte do tecido devido à perda do fluxo sanguíneo). "O grande risco de não se tratar o diabetes são as complicações da doença, entre elas a nefropatia (falência dos rins), neuropatia (comprometimento na circulação), retinopatia (cegueira) e, sobretudo, as doenças cardiovasculares", alerta Marlene Merino, coordenadora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes -SBD.

Para controlar a taxa de glicose é preciso controlar a alimentação, ingerindo produtos com pouco ou sem açúcar. As gorduras também merecem atenção especial. Os horários das refeições devem ser regulares para se evitar hipoglicemia (queda da taxa do açúcar no sangue), o que causa dificuldade para raciocinar, sensação de fraqueza com um cansaço muito grande, sudorese exagerada, tremores, sonolência, visão dupla e confusão, podendo evoluir para a perda total da consciência.

Além da dieta adequada, o diabetes pode ser controlado com medicamentos e injeções de insulina. Atividades físicas também são altamente recomendadas, pois aumentam a ação do hormônio e a captação da glicose pelo músculo. "O tratamento do diabetes é por si só um resgate aos hábitos saudáveis e uma rotina de ações específicas, como o monitoramento da glicemia, o uso de medicação e horários regulares das refeições", aponta Merino.

"Hoje em dia praticamente não existe comida proibida para diabéticos. É muito fácil encontrar produtos light e diet, e a gente acaba nem sentindo falta de comer doce", aponta o estudante de economia Ricardo Teixeira, 21 anos, portador de diabetes tipo 1. "Depois que passou minha fase de rebeldia e comecei a me cuidar, comendo direito e fazendo exercícios, sinto que minha qualidade de vida melhorou", acrescenta.