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Disciplina é a palavra-chave em casos de doenças que restringem a dieta

Chris Bueno<br>Especial para o UOL Ciência e Saúde

13/07/2009 07h00

Desfrutar um belo prato de comida entre amigos ou provar um pedaço de bolo de chocolate são alguns dos maiores prazeres da vida moderna. Mas não é todo mundo que pode comer tudo o que quer. Há pessoas que precisam seguir à risca uma dieta rígida e dizer "não" a uma série de eventos gastronômicos. Não para manter a forma, mas para manter a saúde.

Quem sofre de problemas como gota, doença celíaca, fenilcetonúria, diabetes e intolerância à lactose, entre outros, devem estar sempre atentos a rótulos de alimentos industrializados, perguntar como determinada receita foi elaborada e ainda manter a orientação regular de um nutricionista.

Arquivo Folha Imagem
Atenção aos rótulos e à elaboração das receitas nos restaurantes são atitudes que portadores de certas doenças têm de adotar
INTOLERÂNCIA AO LEITE E DERIVADOS
FENILCETONÚRIA E TESTE DO PEZINHO
GLÚTEN É PROIBIDO PARA CELÍACOS
DIABETES EXIGE ATENÇÃO À DIETA
GOTA: ACÚMULO DE ÁCIDO ÚRICO
As crianças merecem atenção redobrada. É preciso que sejam acompanhadas de perto pelo nutricionista e vigiadas sempre por um adulto. Afinal, é fácil cometer um deslize nessa faixa etária, especialmente na escola ou em uma festa de aniversário, onde bolos, doces e salgadinhos são fartos - alimentos que devem ficar de fora do cardápio de crianças com intolerância à lactose, doença celíaca ou diabetes.

Para essas pessoas, as consequências podem ser sentidas imediatamente após a ingestão do alimento proibido, como diarreia, no caso dos intolerantes à lactose, dor de cabeça e náuseas, para os diabéticos, e dor nas articulações, pelos portadores de gota.

Mas os efeitos a longo prazo são os mais perigosos. Sem seguir a dieta adequada, um fenilcetonúrico pode ter déficit de inteligência e convulsões, um diabético tem o risco aumentado de sofrer ataques cardíacos ou derrames, e um celíaco pode ter diarreia crônica e anemia. As complicações são tantas - e às vezes tão graves - que é melhor prevenir do que remediar, mesmo que isso signifique abrir mão de muitos prazeres da culinária.

"Hoje em dia praticamente não existe comida proibida para diabéticos. É muito fácil encontrar produtos light e diet, e a gente acaba nem sentindo falta de comer doce", aponta o estudante de economia Ricardo Teixeira, 21 anos, diabético. "Depois que passou minha fase de rebeldia e comecei a me cuidar, comendo direito e fazendo exercícios, sinto que minha qualidade de vida melhorou", acrescenta.

Mas as pessoas que sofrem de gota, doença celíaca ou fenilcetonúria têm mais dificuldades em encontrar substitutos para as refeições. "A escassez de produtos alimentícios especiais na indústria brasileira obriga os pacientes a prepararem suas próprias receitas, o que nem sempre é possível", explica Ana Cristina Thomé Ambrósio, especialista em nutrição clínica. A pesquisadora diz que, apesar de existirem boas opções no mercado, a quantidade é reduzida, há pouca divulgação e o preço é alto.

"O grande desafio são as mudanças de atitude, sobretudo para hábitos saudáveis de alimentação frente à necessidade do controle da doença", aponta a nutricionista Marlene Merino, coordenadora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Mas, seguindo corretamente a dieta, é possível conviver, e bem, com essas condições.



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