Portadores de gota devem restringir proteínas de origem animal
Pessoas que sofrem de gota devem evitar peixes e frutos do mar, alimentos com alto teor de purinas, que geram ácido úrico |
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UOL CIÊNCIA E SAÚDE |
Os sintomas são dor aguda e súbita, além de inchaço e vermelhidão nas articulações, em geral nos pés. Se o tratamento não for feito desde a primeira manifestação da gota, as crises continuam e podem atingir outras articulações como as do joelho, do cotovelo, mãos e ombros - o que é chamado de artrite gotosa.
Outra manifestação característica da gota é a formação de tofos sobre as articulações, que são como caroços cheios de substância branca dentro, que às vezes vazam durante as crises sucessivas de gota. E o quadro pode piorar se o doente não fizer dieta, repouso e usar os medicamentos adequados. "A chamada gota crônica é o estágio mais sério da doença, pois as complicações já se instalaram em outros órgãos do corpo, além das articulações. Neste caso, podem surgir deformidades e defeitos irreversíveis nas articulações", explica Salgado.
Para se evitar esses efeitos, é preciso ter uma dieta moderada em proteínas, rica em carboidratos e relativamente pobre em gordura. O cardápio também deve incluir outros alimentos com baixos teores de purina. "É preciso enfatizar a necessidade de se restringir alimentos ricos em purinas de origem animal (carnes, miúdos, embutidos e frutos do mar).
Alimentos ricos em purinas de origem vegetal não precisam nem devem ser evitados e o consumo de laticínios com baixo teor de gordura deve ser estimulado", aponta Geraldo Castelar, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Líquidos como água e sucos devem ser ingeridos à vontade (mais de três litros por dia), o suficiente para que a urina esteja sempre clara. Isso facilita a excreção de ácido úrico e minimiza a possível formação de cálculos. Seguir cuidadosamente essas recomendações é fundamental para os pacientes.
"É preciso ter em mente que a gota é uma doença crônica e grave, capaz de provocar muita dor e desconforto se não for tratada com seriedade pelo doente. Por isso, é necessário tratar a doença, muitas vezes para o resto da vida", ressalta Jocelem Salgado. Por outro lado, se os cuidados necessários forem tomados, é possível conviver com a doença e ela pode até mesmo passar despercebida.