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Músculos peitorais dão aos gansos o oxigênio para a jornada do Himalaia

Henry Fountain<br>The New York Times

10/08/2009 20h01

Para gansos asiáticos, a migração é uma aventura de grandes altitudes. Durante a primavera e o outono, eles voam entre a Ásia Central e a Índia, uma rota que eles percorrem sobre as maiores montanhas do mundo, o Himalaia. Essa ave é conhecida por atingir até 9.100 metros de altitude.

Nessas alturas, o ar é tão rarefeito que há somente um quarto do oxigênio disponível no nível do mar. Mesmo assim, o ganso consegue manter o nível de consumo de O2 necessário para o voo batendo as asas.

Como ele consegue fazer isso? Num artigo publicado no "The Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences", Graham R. Scott, doutorando da Universidade de British Columbia, e colegas mostram que isso tem muita relação com os músculos das aves.

Scott e seus colegas examinaram os músculos peitorais de gansos asiáticos e os comparam com aqueles de espécies relacionadas, como o ganso marinho, que não voa em altitudes extremas.

Eles descobriram pouca diferença entre as aves, em relação à quantidade e tipos de fibras musculares. No entanto, o ganso asiático teve mais vasos capilares ao redor de células musculares individuais. Dentro das células, mais mitocôndrias - que usam o oxigênio para oferecer energia à célula - estavam próximas à membrana celular.

Scott afirmou que as mudanças nas células musculares provavelmente evoluíram durante um longo período de tempo, talvez enquanto o Himalaia, uma das mais novas cadeias montanhosas da Terra, crescia e as aves tinham de voar cada vez mais alto.