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Dados do Ministério da Saúde mostram raio-x da saúde masculina no país

Do UOL Ciência e Saúde<br>Em São Paulo

27/08/2009 10h30

A publicação "Saúde Brasil 2007", do Ministério da Saúde, revela que o número de óbitos que tiveram causa básica as doenças plenamente relacionadas com álcool (como acidente de trânsito, quedas, afogamentos, etc) entre 2000 e 2006 concentrou-se no sexo masculino. Dos 92.919 óbitos registrados, 82.834 (89,1%) foram de homens e 10.085 (10,9%) foram de mulheres.

Segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, a prevalência de dependentes de álcool também é maior para o sexo masculino: 19,5% dos homens são dependentes de álcool, enquanto 6,9% das mulheres apresentam dependência. Para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de álcool, uma fica dependente. Entre as mulheres, a proporção é de um dependente a cada 10 usuários.

A cada 3 pessoas que morrem no Brasil, 2 são homens, segundo dados do Ministério da Saúde. A principal causa de mortalidade masculina são as doenças do coração, entre elas o infarto agudo do miocárdio.

Com base nesses dados, o Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira, em Brasília, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, que prevê aumento no repasse de verbas para procedimentos urológicos e de planejamento familiar. Leia mais
MS LANÇA POLÍTICA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO HOMEM
Câncer

A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de que 49.530 homens tenham câncer de próstata em 2009. Esse número representa 52,43 casos da doença a cada 100 mil homens. Assim o câncer de próstata está entre os mais frequentes, só superado pelo câncer de pele não-melanoma. Ainda de acordo com o Inca, a taxa de mortalidade por câncer de próstata passou de 6,31 para 13,93 de 1979 para 2006, um aumento de 120%.

Mortes no trânsito

Mais de 80% das mortes por acidente de trânsito são de homens, de um total de 35 mil óbitos registrados em 2006. A maior parte das vítimas do sexo masculino foi de adultos jovens (de 20 a 59 anos), residentes nos municípios de pequeno porte populacional. O risco de morte é mais acentuado para atropelamentos, entre idosos; para ocupantes de veículos, no grupo de 20 a 59 anos; e para motociclistas, no grupo de 20 a 29 anos.

Planejamento familiar

Dados do Ministério da Saúde revelam que o peso em relação ao planejamento familiar continua recaindo sobre a mulher. Em números totais, as brasileiras ainda realizam o dobro de cirurgias de esterilização em comparação aos brasileiros. Para se ter ideia, o número de laqueaduras saltou de 58.397 para 61.747 em todo o país no de 2007 para 2008.No mesmo período, o número de vasectomias caiu de 37.245 para 34.617.

Tabaco

Em 1989, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, 35% da população adulta no Brasil eram fumantes. De acordo com o Vigitel, em 2008, esse índice caiu para 15,2%, sendo maior no sexo masculino (19,1%) do que no sexo feminino (11,9%).

Sedentarismo

De acordo com o estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Por Inquérito Telefônico (Vigitel), os sedentários são 26,3% dos brasileiros, sendo que a parcela maior é de homens (29,5%) do que de mulheres (23,5%).

No entanto, a obesidade no país é mais frequente na mulher. Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde mostra que 13% dos adultos são obesos, sendo o índice maior entre as mulheres (13,6%) do que entre os homens (12,4%).

Hipertensão e diabetes

Segundo o Vigitel, 20,3% dos homens declararam ter a hipertensão arterial diagnosticada por médico. Entre as mulheres, esse índice foi de 25,5%. O levantamento ouviu 21.435 homens e 32.918 mulheres.

O estudo mostrou, também, que 5,2% dos entrevistados declararam ter diagnóstico médico prévio de diabetes. Assim como no caso da hipertensão arterial, as mulheres procuram mais pelo diagnóstico do que os homens. Enquanto 4,6% das pessoas do sexo masculino afirmam ter o diagnóstico da doença, entre as mulheres o percentual foi de 5,6%.

DST

Cerca de 10 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de doenças sexualmente transmissíveis - 6,6 milhões de homens e 3,7 milhões de mulheres. E negligenciar os sintomas é prática mais comum entre os homens (18% deles), contra 11,4% das mulheres não procuraram nenhum tipo de tratamento. Os dados fazem parte da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira de 15 a 64 anos de idade (PCAP - DST, 2008).