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IBGE constata que cesarianas são quase metade dos partos no país

Isabela Vieira<br><br>Da Agência Brasil<br>No Rio de Janeiro

02/09/2009 18h12

O número de cesarianas no Brasil representa 43% dos partos no país, índice considerado alto e distante do ideal recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta o parto normal como opção mais saudável para a mãe e o bebê.

De acordo com a OMS, as cesarianas deveriam se limitar a situações de risco.

O dado foi apresentado hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e consta da publicação Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil.

Com o ritmo de crescimento populacional menor e a expectativa de vida maior, o Brasil terá de enfrentar novos desafios na saúde pública. Segundo um estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado nesta quarta-feira (2), os idosos consomem mais recursos de sistema de saúde devido às internações mais frequentes, ao maior tempo de ocupação do leito e às várias patologias que os afetam.
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Segundo o documento, nas regiões Sul e Sudeste foram realizados, percentualmente, o maior número de cesarianas, em 2006. Na Região Norte, foi registrado o menor percentual.

Embora mais arriscado para a saúde da mulher e da criança, segundo os médicos, os partos cesáreos são mais comuns entre as mulheres mais instruídas, alcançando 70% entre as mães com mais de 12 anos de estudo e 80% dos partos feitos pelos planos de saúde.

No sistema público de saúde, as cesáreas são 26% dos partos, ainda acima da recomendação da Organização Mundial de Saúde, que defende o percentual de 15% para este procedimento entre o total de partos.

Segundo a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia, os dois tipos de parto apresentam vantagens e desvantagens e a opção por um determinado procedimento deve ser da gestante.

"O parto vaginal tem a vantagem da recuperação mais rápida, da mulher não precisa voltar para tirar os pontos e pela facilidade para a amamentação", explicou o médio Olímpio Barbosa de Morais. "A cesárea previne da ruptura do períneo, do ânus e de outros problemas urinários, principalmente para mulheres com mais de um filho", completou.

O obstetra, presidente da comissão de assistência ao parto da federação, ponderou também que o número sugerido pela OMS para as cesáreas está obsoleto. "As cesarianas não implicam risco de morte para as mulheres. Quem morre, hoje, de cesárea, são as mulheres negras e indígenas, que são mal assistidas", destacou.