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NYT: Gargantas treinadas

C. Claiborne Ray<br>The New York Times

26/09/2009 07h00

Pergunta: Porque a voz de algumas pessoas cantando tem mais vibratos (efeito técnico que consiste em produzir uma ligeira oscilação na altura de uma nota) que outras? Isso pode ser aprendido?

Resposta: Carl E. Seashore, morto em 1949, realizou pesquisas pioneiras em audiologia e psicologia da música. Ele analisou o vibrato vocal em canções clássicas ocidentais quantificando gravações de cantores. Em 1938, em "Psychology of Music", ele descreveu os componentes: "um bom vibrato é uma pulsação de escala da nota, geralmente acompanhada de pulsações sincrônicas de volume e timbre, em tal extensão e proporção que oferece uma flexibilidade agradável, suavidade e riqueza ao tom".


Ele também sugeriu que os três componentes poderiam ser ouvidos e praticados. Ele descreve o componente ideal clássico de escala nota como variando não mais que um semitom além da nota principal (o vibrato do pop moderno tende a variar mais em amplitude que em altura da escala).

O vibrato envolve os músculos da laringe e estruturas ao redor, incluindo a língua, epiglote e parede faríngea. Geralmente, ele é descrito como uma contração e um relaxamento rítmico dos músculos ao redor da laringe.

Como ensinar cantores a alcançar um vibrato sem exagerar em nenhum componente é algo controverso. Um estudo, publicado em 2006 no Journal of Voice por Johan Sundberg e colegas, descobriu que o treinamento profissional parece desenvolvê-lo sem esforço consciente. Em 22 estudantes antes e depois de três anos de ensino de canto profissional, o estudo mediu a nota mais alta de um padrão de três cantado com volume e suavidade. A nota mais alta era mantida por cerca de cinco segundos. Após três anos, as vozes com vibratos menores que 5,2 ciclos por segundos se aceleraram, e as vozes com vibratos maiores que 5,8 ciclos por segundo desaceleraram.