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NYT: Cientistas tentam prever movimentos migratórios de espécies

Henry Fountain<br>The New York Times<br>

02/10/2009 19h16

Para cientistas preocupados com espécies invasoras, a velocidade de uma invasão é um fator importante. Prever o índice pelo qual um inseto ou outra criatura se espalha no novo território pode ajudar a guiar esforços para controlá-lo.

Porém, um estudo publicado na "Science" sugere que previsões para invasões biológicas não são tão simples. Processos randômicos suficientes relacionados à biologia, e não ao tempo ou a outros fatores externos, podem tornar o índice de disseminação de uma invasão altamente imprevisível.

Brett A. Melbourne, da Universidade do Colorado, e Alan Hastings, da Universidade da Califórnia em Davis, estudaram uma espécie de besouro geralmente usada como modelo em pesquisas ecológicas.

Os besouros foram colocados em pequenos cercados e podiam mudar-se para outros cercados a cada nova geração. O experimento continuou por 13 gerações, ou cerca de um ano e meio. "Sabemos exatamente aonde foram todos os besouros", disse Melbourne, um ecologista matemático.

Havia uma "ampla incerteza", disse ele, no índice de disseminação do animal.

"Foi surpreendente", acrescentou. "Nunca medimos a influência da aleatoriedade naquele nível".

Entre os fatores aleatórios estavam o número de ovos postos por cada fêmea e a sobrevivência de cada ovo.

As descobertas mostraram que se uma invasão fosse rebobinada e reiniciada, "provavelmente não seria a mesma", afirmou Melbourne.

"Cada vez que você faz, é diferente", disse ele.

O estudo tem implicações além das invasões das espécies, afirmou Melbourne. Em uma era de mudança climática, os habitats estão mudando geograficamente, forçando o deslocamento de algumas espécies. A mesma ausência de previsibilidade deve se aplicar a esses movimentos, disse ele.

Com as asas dos insetos, assim como muitas coisas na vida, são os detalhes que contam.