Amostras para exame de HIV agora podem ser enviadas pelo correio
A metodologia permite o envio de material colhido em centros médicos pelo correio, levando o diagnóstico para locais mais distantes, onde não há capacidade laboratorial disponível. Tecnicamente, as amostras de sangue seco não são consideradas biologicamente infecciosas, o que facilita o manuseio e o transporte até o laboratório.
Outra mudança que será implementada com a portaria é a simplificação do fluxograma para realização dos exames. Antes, uma amostra de sangue positivo para HIV passava por até três etapas antes da conclusão do resultado. Agora, passará por duas etapas, o que não vai alterar a confiabilidade do diagnóstico, segundo o Ministério informou em comunicado nesta sexta-feira.
Nova tecnologia
Outra nova metodologia incluída no rol dos exames é a que utiliza a biologia molecular para detecção do HIV. A tecnologia é importante porque identifica o vírus e não os anticorpos produzidos pelo organismo e será utilizada para auxiliar o diagnóstico da infecção pelo HIV em casos de resultados indeterminados, principalmente em gestantes.
Teste rápido
A forma como se realizam os exames que apresentam o resultado em meia hora também mudará. Na portaria anterior de 2005, o diagnóstico da infecção pelo HIV era realizado com dois diferentes testes rápidos previamente validados pelo Ministério da Saúde. Eles eram feitos ao mesmo tempo e, se os resultados fossem os mesmos, o diagnóstico era conclusivo. Se houvesse discordância, era feito um terceiro teste para conclusão.
Agora, os testes serão feitos de forma sequencial, mas o segundo só será realizado se o primeiro der positivo. Ou seja, se antes eram realizados até três exames para confirmar o diagnóstico, agora serão feitos apenas dois. A medida foi tomada, segundo o Ministério, porque o estudo "Avaliação de testes rápidos para detecção de anticorpos anti-HIV no Brasil", publicado em 2005, mostrou que praticamente não há discordância entre os resultados dos testes rápidos.
Testagem
Estima-se que 630 mil pessoas estejam infectadas pelo HIV no país. Desse total, aproximadamente 255 mil têm o vírus e ainda não se testaram.
Dados de pesquisa de comportamento realizada pelo Ministério da Saúde em 2008 mostram um aumento de 67% do número de pessoas que já fizeram exames no país. Em 1998, apenas 24% da população entre 15 e 54 anos havia se testado. Em 2008, esse índice foi de 36,5%.
De acordo com a Pesquisa de Comportamento, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP) 2008, a região em que as pessoas mais realizam testes para a detecção da infecção pelo HIV é a Centro-Oeste, com 43,8%. No Sudeste, 41% já fizeram o exame e no Sul o percentual foi de 38,9%. O menor percentual por região é o da Nordeste, com 26,6%. No Norte, 31,9% se testaram para o HIV.
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