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Estudo analisa causas do estrago provocado por terremoto de 2008 na China

Por Henry Fountain<br>The New York Times

16/10/2009 12h28

O terremoto de 2008, responsável pela morte de mais de 80 mil pessoas na província chinesa de Sichuan, foi especialmente devastador em três cidades - Beichuan, Nanba e Yingxiu. Em Yingxiu, quase dois terços de seus doze mil habitantes morreram. Em Beichuan, mais de um quarto de uma população de 20 mil foi dizimado.

Um estudo na publicação "Nature Geoscience" sugere o motivo pelo qual essas três cidades foram atingidas com tanta força.

Usando sistemas de posicionamento global (GPS) e dados de radar de movimentos de solo, Zheng-Kang Shen, da Universidade de Pequim, e colegas analisaram como o terremoto se propagou pela zona de falha geológica de Longmen Shan, uma série de falhas paralelas que se estende por cerca de 3.200km de sudoeste a noroeste na região.

As falhas não são contínuas; elas são feitas de segmentos separados por barreiras de rocha sólida. Cada uma das três cidades mais atingidas fica ao lado de uma dessas barreiras.

Normalmente, os pesquisadores sugerem, as barreiras impediriam a propagação de um terremoto de um segmento a outro. Porém, o tremor de 2008 foi tão poderoso que, segundo eles, as barreiras fracassaram em cascata, fazendo com que um movimento de solo catastrófico se espalhasse ao longo da região das falhas. O movimento de pico, segundo afirmaram, ocorreu nas barreiras, o que explica a devastação nas cidades.

A única boa notícia é que, de acordo com os cálculos dos pesquisadores, esse tipo de terremoto quebra-barreiras só deve ocorrer nesta região, em média, uma vez a cada quatro mil anos.

Tradução: Pedro Kuyumjian