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Esclareça mitos e verdades sobre a hora do parto

Do UOL Ciência e Saúde

20/11/2009 20h05

Desejo de ter o filho da forma mais natural possível e receio das imprevisibilidades que podem surgir no parto natural são sensações que costumam se alternar. Por isso, tirar todas as dúvidas com o obstetra é a principal maneira de garantir a tranquilidade nesse momento tão esperado.

 

"A cesariana evoluiu muito nos últimos 20 anos, mas não deixa de ser uma cirurgia, com todas as suas implicações", lembra o ginecologista e obstetra Alberto D'Auria, do Hospital Santa Joana, em São Paulo. Embora a recuperação da mulher que teve parto normal ou natural seja mais rápida, alguns casos requerem a indicação de cesárea.

 

 

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Tirar todas as dúvidas com o médico antes da hora "H" é a melhor maneira de garantir tranquilidade no momento do parto
ANESTESIA OU DOR?
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Saiba quando a situação requer a cesárea e esclareça alguns mitos e verdades sobre a hora do parto:

 

 

As mulheres sempre sentem dor no parto normal?

Verdade. A dor faz parte do processo de expulsão do bebê. A anestesia tem o momento certo para ser feito, se for feita precocemente, atrapalha o trabalho motor do útero. Mas a dor é algo constitucional, ou seja, varia de pessoa para pessoa. "Aspectos culturais e insegurança também podem interferir no limiar da dor", afirma o obstetra. Uma coisa é certa, diz D'Auria: a dor do parto é esquecida rapidamente. "Alguns minutos depois as mulheres dizem que passariam por tudo de novo", garante.

 

Depois dos 40 anos a cesariana é mais indicada?

Em termos. Após os 35 anos, a  mobilidade da bacia fica reduzida. Além disso, aumenta a chance de haver complicações intrauterinas por causa de distúrbios placentários. Mas cada caso deve ser analisado individualmente.

 

A cesariana é recomendada para mulheres soroposivitas para HIV?

Verdade. O ideal é fazer uma programação com agendamento de uma cesariana para que possam ser utilizadas drogas retrovirais pré-parto, protegendo o recém-nascido dessa exposição. Além disso, apenas 50% das crianças nascem soropositivos e 50% dessas com o tempo deixam de ter o vírus.

 

Depois que a mulher realiza uma cesariana, todos os partos futuros têm de ser assim?

Mito. Mulheres com história de uma cesariana anterior podem tentar parto normal. Algumas situações aumentam o risco de ruptura da cicatriz, como mais de uma cesárea anterior e intervalo curto entre os partos (menos de 24 meses).


Mulheres com diabetes gestacional devem fazer cesariana?

Mito. Gestantes bem controladas, sem complicações associadas e feto com prova de bem-estar podem aguardar a evolução espontânea para o parto.

 

Mulheres que passaram por cirurgia para retirar miomas devem fazer cesariana?

Verdade. A cicatriz uterina pode se romper durante o parto, portanto a cesariana pode ser indicada. Mas cada caso deve ser analisado pelo médico.

 

Mulheres com problemas graves de anemia não podem fazer parto normal?

Mito. A média de perda sanguínea no parto vaginal é de meio litro e, em um parto cesárea são 600 ml. Em casos de hemorragias pós-parto é imprescindível a assistência qualificada para evitar danos à mãe, independentemente da via de parto.


Cordão umbilical enrolado no pescoço é sinônimo de indicação para parto cesárea?

Mito. As circulares de cordão frouxo (voltas do cordão umbilical no pescoço do bebê) ocorrem em aproximadamente 30% das gestações, e não exigem cesariana. O importante é acompanhar a evolução do trabalho de parto e avaliar o bem-estar do feto. Apenas se a circular comprometer o fluxo sanguíneo do cordão e, consequentemente, ameaçar a adequada oxigenação fetal haverá indicação de cesariana.

 

Peridural e raquianestesia são os únicos tipos de anestesia que podem ser utilizadas na realização de um parto cesariana ou normal?

Mito. Em casos graves e excepcionais, pode haver o uso da anestesia geral. Mas é uma questão de custo-benefício, já que a anestesia geral faz a criança nascer com depressão respiratória. A peridural e a raquianestesia são as únicas que não comprometem a vida da mãe e do bebê. Ambas são aplicadas na região lombar, entre as vértebras da coluna, tirando a sensibilidade da gestante à dor da cintura para baixo sem comprometer a consciência do processo de parto.