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Estudo mostra bons resultados de técnica de congelamento de embriões

Do UOL Ciência e Saúde

21/12/2009 18h28

Estudo realizado por pesquisadores brasileiros mostra que um tipo específico de congelamento de embriões, a vitrificação, oferece taxas de sucesso semelhantes às conseguidas com o uso de embriões não congelados. O trabalho foi apresentado recentemente no 65º Encontro Anual da Sociedade Americana de Medicina em Atlanta, nos EUA.

Na pesquisa, conduzida pelo Grupo Huntington Medicina Reprodutiva, em São Paulo, foram utilizados cerca de 1490 embriões - 976 frescos e 514 vitrificados, com alto potencial de desenvolvimento. Após a fertilização, a taxa de gravidez foi de 44.8% para o primeiro grupo e 50% para o segundo. “As taxas de gestação foram similares entre os grupos, bem como o número de embriões necessários para a obtenção de uma gestação” explica o médico Eduardo Motta, responsável pela análise.

A pesquisa foi realizada durante um ano e meio e contou com 488 mulheres, com idade média de 36 anos.

Técnica

Na vitrificação, em contato com o nitrogênio líquido, o embrião atinge a temperatura de -196ºC em apenas alguns segundos, impedindo que cristais de gelo se formem dentro da célula, como pode ocorrer no chamado congelamento lento.

A técnica é utilizada no Brasil desde 2004 e, segundo Motta, os custos de ambos os tipos de congelamento são similares. Porém, o tradicional demanda cerca de duas horas a mais de trabalho.

O congelamento de embriões vem sendo utilizado por casais que querem adiar a gravidez sem o risco de ter a fertilidade prejudicada. Pessoas que vão se submeter a tratamentos de quimioterapia também podem recorrer à técnica para manter a possibilidade de gerar filhos.

A vitrificação também é aplicada no congelamento de óvulos. Motta explica que, na clínica, são utilizados cerca de 7 embriões vitrificados para conseguir uma gestação. Já no caso dos óvulos, são necessários 16. "Os embriões passaram por etapas de desenvolvimento e logicamente temos mais condições de avaliar sua qualidade. Além disso, as células que compõem o embrião são menores e menos sujeitas aos efeitos deletérios da criopreservação", justifica.