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Mais longa migração animal registrada eletronicamente é de gaivota do Ártico

The New York Times

13/01/2010 19h16

Para atingir a categoria superior em muitos programas de milhagem de linhas aéreas, é preciso acumular ao menos 50 mil milhas de voo em um ano.

Em algum lugar da Groenlândia, existe uma gaivota do Ártico que estaria qualificada para isso.

As gaivotas do Ártico têm a reputação de viajantes de longas distâncias, migrando de locais de reprodução no Ártico para o Oceano Antártico. Pesquisadores sugeriram que a distância de ida e volta poderia chegar a 25 mil milhas, ou 40 mil quilômetros.

Contudo, essas eram apenas estimativas. Embora dispositivos de rastreamento sejam usados em pássaros grandes, como albatrozes, as gaivotas do Ártico, que pesam cerca de 100 gramas, são pequenas demais para carregá-los.

Agora, Carsten Egevang, do Instituto de Recursos Naturais da Groenlândia, e colegas desenvolveram um captor de dados em miniatura que pesa 0,0015 gramas e é leve o bastante para a missão. Ele registra intensidade de luz, usando os tempos do nascer do sol, pôr do sol e duração do crepúsculo para determinar latitude e longitude.

Na publicação The Proceedings of the National Academy of Sciences, os pesquisadores relatam as jornadas de 11 gaivotas equipadas com os dispositivos. Os pássaros, que iniciaram suas viagens na Groenlândia ou Islândia em agosto, tomaram duas rotas para o sul – alguns seguindo a costa africana e outros indo da África Ocidental ao Brasil, para acompanhar a costa sul-americana. Eles pararam por cerca de três semanas no meio do Atlântico, a leste de Terra Nova, região rica em alimentação para eles.

Assim que chegaram ao Oceano Antártico, eles passaram quatro meses voando, principalmente de leste a oeste, novamente nas áreas ricas em alimentos. Eles retornaram em maio e junho, tendo viajado em média cerca de 70 mil quilômetros. Uma gaivota completou 81,5 mil quilômetros, o que corresponde à mais longa migração animal já registrada eletronicamente.