Desfaça alguns mitos comuns sobre emagrecimento
“Desde os 14 anos luto contra o excesso de peso. Fiz de tudo para emagrecer: tomei remédios, adotei dietas da moda e conselhos de qualquer pessoa, jejuei por três dias seguidos, li sobre o assunto de forma obsessiva, me submeti a tratamentos paliativos. Eu sentia tonturas, desmaiava e, às vezes, ia ao banheiro e não tinha forças para levantar. Certa vez, acompanhada por um endocrinologista, fiz a dieta do Dr. Atkins e consegui perder 40kg. Passados dois anos, não aguentava mais comer a mesma coisa. Parei com o programa e engordei novamente. Cada vez que uma tentativa fracassava, a frustração aumentava, me sentia incapaz e até tive depressão. Agora estou me preparando para um novo tratamento, com acompanhamento psicológico e nutricional. O médico disse que, com o meu histórico, é a melhor solução”.
Histórias como a da paisagista paulistana Marilda Klassa Cardoso Sant'anna são mais comuns do que se pensa. Quando o problema é controlar o peso, resistir diante da promessa de emagrecer sem esforço e num curto espaço de tempo é quase impossível. Dietas da moda, tratamentos para reduzir medidas, pílulas para queimar gorduras, supressores de apetite são as opções do vale-tudo ao qual muitos se submetem, sem nunca questionar os eventuais riscos ou efeitos colaterais dessas iniciativas que, na maioria das vezes, não são eficazes.
O cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, do Instituto de Metabolismo e Nutrição (ImeN), diz que os mitos sobre o emagrecimento são muitos, e as pessoas acreditam neles porque o que impera é a lei do menor esforço. Conforme o especialista, emagrecer com saúde pressupõe disponibilidade para pensar e agir de acordo com a realidade de cada um: “O que realmente funciona é dieta balanceada, fracionada e individualizada, rica em fibras, pobre em gorduras, açúcar e sal”. E acrescenta, “Restrições calóricas podem até existir, porém elas corresponderão às necessidades mínimas de cada um, respeitadas características como idade, sexo, peso inicial e altura, além da atividade física”.
Você deve mesmo cortar os carboidratos da alimentação se quer emagrecer?
*Com a colaboração de: Dra. Ana Cristina Ravazzini de Almeida Faria, endocrinologista da Santa Casa de Curitiba e professora da faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); Dr. Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo, do Instituto de Metabolismo e Nutrição (ImeN); Dra. Ellen Simone Paiva, endocrinologista e nutróloga, Diretora clínica do Centro Integrado de Terapia Nutricional (Citen); Dr. Márcio Mancini, endocrinologista, presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEN); Dr. Simão Lottenberg, professor-assistente da disciplina de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein; Dra. Silvia Cozzolino, professora de Nutrição Humana Aplicada da Univerdidade de São Paulo e presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (Sban) e Dra. Jane Corona, nutróloga.
