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Para quem é indicado o balão intragástrico para perder peso?

Por Cristina Almeida, especial para o UOL Ciência e Saúde

29/03/2010 18h27

O balão intragástrico é indicado principalmente para pacientes que precisam perder peso antes de uma cirurgia de redução de estômago. Jovens de 16 a 18 anos e idosos necessitam de avaliação rigorosa para se submeterem ao procedimento. “A aptidão para o procedimento dependerá da boa análise do histórico de cada paciente e de seus exames complementares”, diz Luiz Eduardo Campedelli, gastroenterologista e endoscopista do Hospital Albert Einstein.

A técnica é contraindicada nos casos de esofagite de refluxo; hérnia hiatal; estenose ou divertículo de esôfago; lesões potencialmente hemorrágicas (varizes e angiodisplasias); cirurgia gástrica ou intestinal; doença inflamatória intestinal; uso de anti-inflamatórios, anticoagulantes, álcool ou drogas e transtornos psíquicos.

Quanto aos riscos, o cirurgião cirurgião do aparelho digestivo, Thomaz Szegö, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabolismo (SBCBM), explica que a presença do balão pode causar lesões internas; intolerância com vômitos; aderências no estômago; úlceras e infecções fúngicas. “Ele também pode murchar, furar ou ter sua válvula rompida, o que leva à perda do soro. O azul de metileno sinaliza o fato, que é percebido na urina. Alguns não percebem a alteração por causa da cor dos vasos sanitários. Aí o balão pode migrar para o intestino, causando obstrução, que só é solucionada com uma cirurgia”.

Sobre os efeitos colaterais, a engenheira eletrônica Maria Angela Oliveira que fez a cirurgia conta que foi previamente avisada: “Nos primeiros dois dias, o organismo identifica o corpo estranho e tenta se livrar dele. Os sintomas eram náuseas, vômitos e dor abdominal, que foram controlados com o uso de analgésicos e antieméticos (contra enjoo)”.

Superados todos esses incômodos, o sacrifício vale a pena: “60% dos pacientes terão uma resposta positiva, com perda de 10% a 15% do peso original. Os outros 40% são aqueles para os quais o balão não causa nenhum efeito ou os que abortam o programa”, esclarece Szegö. “Quem consegue se manter sob controle durante os seis meses terá bom resultado. Caso contrário, a pessoa emagrece e engorda, gerando o conhecido efeito sanfona”, conclui.

“O mais importante é o desejo do paciente e sua conscientização no sentido de estar disposto a mudar os hábitos alimentares. O método é excelente para quem precisa emagrecer de 10kg a 25kg, ou para aqueles que têm contra-indicações cirúrgicas", complementa Bruno Zilberstein.