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Educação musical pode influenciar preferência por música

Por Sindya N. Bhanoo

27/05/2010 16h28

Acadêmicos nunca chegaram a um acordo sobre por que certas combinações de notas soam agradáveis, enquanto outras arranham os nossos ouvidos.

Agora, um novo estudo mostra que a consonância de um intervalo musical – o quão agradável ele soa – pode variar, de acordo com o nível de estudo musical do ouvinte.

No estudo, pesquisadores analisaram as preferências musicais de mais de 250 estudantes universitários da Universidade de Minnesota.

Havia uma forte preferência por notas harmonicamente relacionadas, aquelas que correspondem a múltiplos da mesma frequência. A ocorrência de tais frequências é comum em músicas ocidentais, populares e clássicas.

Para surpresa dos pesquisadores, a preferência por essas frequências também está correlacionada ao período de tempo em que uma pessoa tocou um instrumento musical, levando à ideia de que o fato de uma música soar agradável pode ser um fenômeno aprendido.

“Minha suspeita é que a coisa toda possa ser aprendida, mas não podemos realmente concluir isso a partir dos dados”, disse Josh McDermott, principal autor do estudo e pesquisador da Universidade de Nova York.

Uma forma de compreender melhor o efeito do estudo musical é conduzir o mesmo estudo em outras partes do mundo, especialmente onde as tradições musicais são distintas – como na Europa Oriental, disse McDermott. “Também seria interessante pegar algumas dessas percepções e aplicá-las a estudos de desenvolvimento em bebês”, acrescentou ele.

O estudo está publicado na edição de 20 de maio do “Current Biology” e foi conduzido enquanto McDermott era pesquisador de pós-doutorado da Universidade de Minnesota.

© 2010 New York Times News Service