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Homens associam câncer de próstata a perda da virilidade, mostra estudo da USP

Da Redação*

09/06/2010 19h37

Pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) mostra que os homens maduros associam o câncer de próstata a perda da virilidade e da identidade masculina, o que gera grande sofrimento emocional e familiar.

O trabalho aponta que as campanhas sobre saúde masculina, além de informarem o público e incentivarem o diagnóstico precoce, devem evidenciar as possibilidades de tratamento e cura. O estudo foi realizado pela psicóloga Ana Cristina Almeida Vieira, com orientação do professor Marcos Francisco Dall’Oglio, da FMUSP.

A pesquisa contou com 52 pacientes com indicação para cirurgia de retirada de próstata.  Eles foram submetidos a entrevista psicológica antes do procedimento e seis meses depois. A média de idade dos homens pesquisados era de 66 anos, dos quais 94% declararam ter vida sexual ativa.

Antes da cirurgia, o estudo verificou que há muita desinformação sobre o câncer de próstata, o que é agravado pelo fato de a doença ser assintomática quando em fase inicial. “O câncer é associado à disfunção erétil e a cirurgia é vista como um obstáculo para a vida sexual”, disse a pesquisadora à Agência USP de Notícias. “Poucos pacientes têm informações sobre os recursos para tratar o câncer de próstata e as sequelas decorrentes do próprio tratamento, como eventuais problemas na função erétil.”

Durante a pesquisa, verificou-se que 60% dos pacientes já apresentavam disfunção erétil antes do diagnóstico de câncer de próstata, mas as queixas não eram significativas.

De acordo com a psicóloga, os resultados da pesquisa comprovam o que já era observado no atendimento dos pacientes com câncer de próstata. “As conclusões do estudo reforçam a necessidade de um atendimento multidisciplinar que permita o diagnóstico e o tratamento precoce, o que aumenta as chances de cura”, apontou.

A psicóloga lembra que o câncer de próstata é a quarta causa de morte de homens com mais de 50 anos no Brasil. “Isso se deve ao fato de muitas pessoas não buscarem diagnóstico, inclusive por receio de se submeter ao exame de toque.”

*Com informações da Agência USP de Notícias