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Quando pacientes de câncer optam pela cirurgia

Por Roni Caryn Rabin

New York Times News Service

26/06/2010 07h00

A maioria dos pacientes de câncer de pulmão que passam por cirurgia ainda está viva três anos depois, em comparação a apenas 10% dos que não se submetem à operação. Mesmo assim, pelo menos um terço dos pacientes escolhe não se operar. Por quê?

Essa foi a pergunta que o Dr. Samuel Cykert buscou responder quando ele e seus colegas pesquisadores pediram que 386 novos pacientes de câncer de pulmão que eram elegíveis para a operação, chamada de ressecção, preenchessem questionários detalhados sobre seu histórico e acesso aos cuidados médicos.

Os resultados variaram de acordo com a raça. Sessenta e seis por cento dos pacientes brancos acabaram fazendo a cirurgia; a porcentagem para negros foi de 55%, disse Cykert, médico interno do Moses Cone Hospital, em Greensboro, Carolina do Norte, e autor de um artigo publicado na semana passada no “The Journal of the American Medical Association”.

Os pacientes que relataram sentir que não se comunicavam bem com seus médicos tiveram menor probabilidade de fazer a operação, assim como os que achavam que não necessariamente se sentiriam melhores um ano depois se fizessem a cirurgia. Os pacientes negros também tiveram menor probabilidade de optar pela cirurgia se tinham outras doenças crônicas, além do câncer.

Ter um médico regular também influenciou os pacientes a optar pela cirurgia. “Se você vai ao seu médico principal e ele diz ‘Quando é sua cirurgia?’, e você responde que não tem certeza se vai fazer, seu médico vai tentar lhe convencer”, disse Cykert. Em contraste, se um paciente não tem um médico regular, “ele desaparece e ninguém pede que ele reconsidere”.