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Cientistas encontram espécies desconhecidas e bizarras no fundo do Atlântico

Pepino do mar encontrado no fundo do Oceano Atlântico; veja outras fotos - David Shale
Pepino do mar encontrado no fundo do Oceano Atlântico; veja outras fotos Imagem: David Shale

Da Redação

06/07/2010 21h42

Cientistas acabam de voltar de uma expedição com amostras de animais raros e mais de dez possíveis novas espécies do fundo do Oceano Atlântico. Uma delas pode trazer pistas sobre o elo evolucionário entre invertebrados e vertebrados.

A equipe do Mar-Eco, um programa internacional de pesquisas que faz parte do Censo da Vida Marinha, ficou seis semanas na região a bordo do navio RRS James Cook. Pesquisadores da Universidade de Abeerden, no Reino Unido, fazem parte do projeto, junto com representantes de outras 16 nações.

Após 300 horas de mergulho, com ajuda de um veículo operado remotamente, eles alcançaram profundidades de 700 metros a até 3.600 metros. A equipe pesquisou a crista gigante que divide o Oceano Atlântico em duas partes, leste e oeste, da Islândia aos Açores.

A pesquisa se concentrou em duas grandes áreas: as águas geladas da corrente do Golfo e as mais quentes, no sul.

O diretor do laboratório de pesquisas oceânicas de Aberdeen, Monty Priede, diz que os pesquisadores ficaram surpresos em observar como os animais são diferentes em cada lado da crista.

Nas planícies do noroeste, por exemplo, eles encontraram vermes batizados de "Enteropneusta". Apenas alguns poucos exemplares do Oceano Pacífico eram conhecidos pela ciência. "Esses vermes são membros de um grupo pouco conhecido de animais que estão próximos do elo perdido na evolução entre os animais vertebrados e invertebrados", diz Priede.

Três espécies desse verme com cores e formas diferentes foram encontrados durante a expedição. Elas serão enviadas a especialistas para análise.

"Esta expedição tem revolucionado a nossa reflexão sobre a vida do fundo do Oceano Atlântico", comenta Priede. Segundo ele, os pesquisadores não podem mais ignorar a enorme variedade de animais que vivem nas encostas e vales, no meio do oceano. Com tecnologia, ele acredita que os pesquisadores poderão encontrar criaturas nunca antes imaginadas.