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Reunião do Basic acaba sem definição de critérios para emissão de gases de efeito estufa

Carolina Gonçalves

Repórter da Agência Brasil, no Rio de Janeiro

26/07/2010 19h55

A quarta reunião dos países que integram o grupo formado por Brasil, África do Sul, Índia e China (Basic), terminou nesta segunda-feira (26), no Rio de Janeiro, sem a definição dos critérios para estabelecer o volume máximo de emissão de gases de efeito estufa para cada um dos países que integram o G77, grupo de países em desenvolvimento.

Segundo a ministra do Meio Ambiente brasileira, Izabela Teixeira, o encontro foi importante por sinalizar um posicionamento comum em torno de um acordo.

“O acordo sobre mudanças climáticas passa pelo debate da equidade, do espaço de carbono e do acesso a este espaço, de uma série de questões que foram discutidas aqui com fundamentação técnica e científica e visão política. A expectativa é avançar e ter dialogo convergente na reunião de Pequim [prevista para outubro] de tal maneira que possamos juntos trabalhar para a reunião de Cancún [onde ocorrerá a próxima Conferência das Partes do Clima (COP-16) convocada pelas Nações Unidas]”, explicou a ministra.

A presença de especialistas e negociadores, que pela primeira vez participaram do encontro, foi outro avanço apontado pela ministra que destacou a apresentação de “números concretos sobre cenários dos países e o diálogo transparente”.

Segundo Izabela, com esses dados, os países envolvidos no debate poderão avaliar o impacto da decisão sobre equidade nos critérios de emissões sob as economias domésticas e definir o caminho comum para esse objetivo.

Entre as propostas apresentadas pelos países que integram o grupo, estão a de emissões per capita, apresentada pela Índia e os critérios que consideram a intensidade de emissões do Produto Interno Bruto (PIB), defendidos pelos japoneses.

O grupo Basic reúne-se desde novembro do ano passado para buscar um consenso entre os países em desenvolvimento sobre a emissão de carbono, baseada em acordos sobre mudança climática firmados pelo Protocolo de Quioto e o Acordo de Copenhague e na pressão que os países desenvolvidos vêm exercendo sobre um compromisso de redução das emissões também pelas nações em desenvolvimento.