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Ministério da Saúde questiona novo índice criado pelo Pnud

Da Redação

10/08/2010 18h31

O novo Índice de Valores Humanos (IVH) divulgado nesta terça-feira (10) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) revela um desempenho mais baixo do Brasil em termos de saúde do que em trabalho e educação, os três setores avaliados. Em resposta ao resultado divulgado, o Ministério da Saúde enviou um comunicado com questionamentos em relação ao índice.

Um dos aspectos apontados pela pasta é que o IVH não é um índice de avaliação de políticas públicas, uma vez que não distingue a assistência realizada pelo sistema privado da realizada pelo sistema público. O relatório se refere a percepções sobre uma ampla gama de ações e serviços realizados por indivíduos e organizações.

O Ministério também questiona a metodologia apresentada para o cálculo do índice. No caso do tema "saúde", as perguntas foram direcionadas à avaliação dos serviços (tempo de espera para ser atendido, linguagem dos profissionais, interesse da equipe para com os indivíduos). Já no caso de "educação" e "trabalho", as questões foram subjetivas, relacionadas a sentimentos (realização profissional, bem-estar, liberdade de expressão etc). Portanto, a pasta entende que os índices não podem ser comparados.

As perguntas escolhidas para o IVH Saúde também foram consideradas reducionistas, pois focam apenas uma parte da atenção à saúde e não permitem um conhecimento sobre outros aspectos, como a relação entre o profissional de saúde e o indivíduo; a experiência dos profissionais; a solução dada ao indivíduo; o nível de satisfação com a atenção, entre outros valores.

"Construir um índice com base em aspectos subjetivos em algumas dimensões e objetivos em outras, a partir de categorias como valores humanos, e padronizá-los de 0 a 1 sem ponderação pode enviesar e distorcer os resultados e dificultar sua interpretação", diz o comunicado.

O Ministério também argumenta que o suplemento de saúde da Pnad 2008 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, traz resultados positivos em relação ao acesso, cobertura e satisfação da população com os serviços de saúde no Brasil. O estudo, que utilizou uma amostra de cerca de 340 mil pessoas, revelou que 86,4% dos entrevistados que haviam utilizado o serviço de saúde nas duas semanas anteriores ao levantamento consideraram o atendimento “bom ou muito bom”. Além disso, 95% das pessoas foram atendidas na primeira tentativa.

Por fim, o comunicado esclarece que o tempo de espera de atendimento tem sido foco prioritário da atual gestão do Ministério da Saúde. Entre as iniciativas, destaca a Estratégia Saúde de Família, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).