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Brasil deve atingir Meta do Milênio para mortalidade infantil antes do prazo

Do UOL Ciência e Saúde

Em São Paulo

14/12/2010 12h00

A mortalidade de crianças menores de 1 ano no Brasil caiu 59,7% de 1990 a 2008, atingindo 19 crianças de cada mil nascidas vivas. Isso faz com que a Meta do Milênio estipulada pela ONU, de 15,7 óbitos/mil até 2015, seja atingida em 2012, informou o ministro da saúde José Gomes Temporão. Os dados são da pesquisa anual Saúde Brasil, produzida pela Secretaria de Vigilância em Saúde.

Segundo o ministro, na mortalidade de crianças até 5 anos, a queda foi similar, de 57,6% no período, chegando a 22,8 mortes por mil nascidos vivos. A meta de 17,9 mortos/mil também deve ser alcançada em 2012.

Todas as regiões têm taxas decrescentes de mortalidade, sendo a Região Nordeste a que apresenta maior queda. As causas perinatais (decorrentes de problemas durante a gravidez, parto e nascimento e que correspondem por cerca de 50% das mortes no primeiro ano), infecções e problemas respiratórios são os que apresentaram quedas mais expressivas. Os esforços agora devem se concentrar na redução das mortes de neonatais, na primeira semana de vida.

Dentro da erradicação da extrema pobreza e da fome, outra Meta do Milênio, o Brasil já cumpriu o objetivo de reduzir pela metade o número de pessoas vivendo em extrema pobreza até 2015: de 8,8% da população em 1990 para 4,2% em 2005.

Em desnutrição infantil, um dos indicadores para o combate a fome, a meta também foi atingida. Entre 1989 e 2006, a proporção de crianças menores de cinco anos com baixo peso para idade caiu de 7,1% para 1,8%; e com baixa altura, de 19,6% para 6,8%.

As mortes maternas, mais uma Meta, caíram 56% de 1990 a 2008 por complicações na gravidez, parto e puerpério. Em 2007 foram 75 mortes para cada 100 mil nascidos vivos, sendo que a meta são 35 óbitos.

“A tendência é de estabilidade nos últimos anos. Com a investigação das causas de óbito podemos manter o contínuo declínio do número”, disse Temporão.

Todas as causas de mortes de gestantes apresentaram queda de 1990 a 2007, principalmente hipertensão (63%), hemorragia (58%) e aborto (80%).