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Diabetes e exercício

Ceres Prado<br>Do UOL Ciência e Saúde

Em São Paulo

27/06/2011 00h00

Segundo o endocrinologista Saulo Cavalcanti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), os pilares do tratamento do diabetes são a medicação (oral ou insulina), a alimentação e o exercício, os três devem ser combinados de forma que mantenham o equilíbrio da glicemia. O exercício aumenta a absorção da glicose pelas células, melhora o funcionamento da insulina e ainda ajuda no controle e perda de peso, que é um fatos facilitador do controle glicêmico.

Para a Associação Americana de Diabetes (Ada, sigla em inglês), além de controlar a glicemia, o exercício (especialmente o aeróbio, como a corrida) melhora o funcionamento do coração, pulmão e sistema circulatório - órgãos de risco para o diabético.

O exercício contínuo pode ajudar a diminuir a quantidade de medicamentos e insulina necessários, pois proporciona a retirada de glicose do sangue para produzir energia para a atividade.

Como o exercício reduz a glicose sanguínea, em conjunto com os medicamentos, pode causar a queda da glicemia, chamada de hipoglicemia. A hipoglicemia é um efeito colateral das medicações e da insulina, portanto ela não ocorre em diabéticos tipo 2 em estágio inicial, que se tratam apenas com dieta e exercício. (entenda a hipoglicemia)

Os diabéticos que tomam medicamentos para abaixar a glicemia devem sempre estar atentos aos sinais da hipoglicemia que podem ocorrer por vários motivos como excesso de medicação, exercício, alimentação insuficiente etc.

Durante o exercício é necessário ter sempre uma fonte de carboidratos (doce, suco com açúcar, leite, pão, bebidas hidreletrolíticas, carboidrato em gel etc.) para ingerir caso tenha uma hipoglicemia, além de ter por perto um glicosímetro para verificar os níveis de glicose sanguínea antes e depois depois do exercício e, se necessário, até durante.

Caso tenha hipoglicemias constantes durante o exercício ou hipoglicemias graves, normalmente o médico pode indicar a redução da medicação que age no momento do exercício ou a ingestão de carboidratos durante a atividade. Outra dica é avisar pessoas que estão próximas para que prestem socorro no caso de uma hipoglicemia.

Após os exercícios o corpo precisa repor a energia que é armazenada no músculo, por isso os níveis de glicose tendem a cair, mesmo muitas horas após o exercício.

Saiba mais sobre a alimentação do diabético

Exercícios muito vigorosos podem causar aumento na taxa de glicose no sangue, pois eles sinalizam para o fígado produzir mais glicose para fornecer energia para os músculos. Exercícios leves e moderados tendem a causar apenas a queda da glicemia.

Os usuários de insulina devem ficar atentos para não fazer atividades durante os picos de ação das insulinas, recomenda a Ada. Também não se deve aplicar insulina pouco antes do treino no músculo que vai ser exercitado, como o fluxo sanguíneo na área é maior com o exercício pode ser que a insulina tenha uma ação muito mais rápida que o normal, causando uma hipoglicemia.

Fontes: International Diabetes Federation (IDF), Denise Reis Franco (endocrinologista diretora da Associação de Diabetes Juvenil - ADJ), Maristela Bassi (nutricionista da ADJ), Saulo Cavalcanti (endocrinologista presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes - SBD), João Eduardo Nunes Salles (endocrinologista e professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo), American Diabetes Association, Associação Nacional de Assistência ao Diabético (Anad)