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Dieta detox deve ser personalizada, mas é possível incluir alimentos desintoxicantes no cardápio

Thamires Andrade

Do UOL, em São Paulo

11/04/2012 07h00

Quem exagerou no feriado já deve ter começado a buscar uma dieta milagrosa para perder os quilinhos obtidos. Muitas pessoas se inspiram nas celebridades que propagam a dieta detox . No entanto, o que poucos sabem é que especialmente essa dieta só pode ser recomendada por um profissional especializado. Ou seja, não adianta copiar as dietas para ficar com o mesmo corpo das famosas, mas é possível alterar sua alimentação para eliminar toxinas.

"A pessoa precisa passar por um exame bioquímico e de rastreamento metabólico para identificar o que ela precisa comer e quais nutrientes estão em falta no organismo", explica a nutricionista funcional Luciana Harfenist. Preocupada com a "moda" de seguir dietas "padrão", a profissional destaca que os motivos para buscar uma dieta detox não precisam envolver apenas a perda de peso. "Quem está com muita acne, celulite, vai muito ao banheiro também pode resolver essas questões com uma alimentação correta", conta.

O segredo do cardápio da dieta detox é simples: retirar todos os alimentos industrializados e com corante. Portanto, nada de refrigerante, bebidas alcoólicas e qualquer alimento com edulcorantes em sua composição. "Tudo que é artificial sobrecarrega o fígado, ele é o órgão responsável por eliminar essas substâncias artificiais que o corpo não consegue metabolizar", destaca Harfenist.

No lugar destes alimentos prejudiciais à saúde entram os naturais, vegetais e orgânicos. "São priorizados os grãos com complexo B, que são fibras que ajudam a limpar o intestino e estimular a produção das bactérias importantes para a saúde do intestino. Eles também contribuem com o processo de detox", afirma.

Na primeira etapa, a proteína animal é retirada, mas depois reintroduzida com algumas ressalvas. "O ideal é a pessoa comer apenas carne de gado que tenha sido alimentado com comidas orgânicas, mas também pode consumir frangos e peixes", destaca Harfenist. No entanto, o ideal é preferir peixes menores que são menos contamináveis pelo ambiente. "Atum ou salmão, por exemplo, são contaminados por muitos metais pesados que não fazem bem à saúde", ressalta.

Durante a 1ª semana, a regulação do intestino já pode ser notada. Quem sofre de enxaqueca e má digestão também consegue resultados quase imediatos. "A má digestão costuma ser resultado de certas intolerâncias que as pessoas têm aos alimentos, ou por eles chegarem intactos ao intestino ou por produzirem bactérias que interferem no metabolismo da digestão", revela.

Ao contrário do que muitos pensam, a produção de radicais livres não ocorre apenas ao comer alimentos industrializados. "Ao respirar nós produzimos radicais livres, ele faz parte da fisiologia do corpo humano. O problema é que algumas patologias da vida do moderna, como estresse, contribuem para deixar essas substâncias em excesso no organismo", explica.

De acordo com Harfenist, são preciso apenas três semanas para que o corpo fique desintoxicado, mas depois ocorre uma manutenção para seguir mantendo o organismo mais limpo e leve. "Depois desse período é feito uma reavaliação com os pacientes para saber se a enxaqueca passou, se o sono e a TPM melhoraram, pois todos esses fatores estão relacionados com a alimentação", exemplifica.

Ainda que não seja possível elaborar uma dieta desintoxicante que possa servir para diferentes pacientes, Harfenist afirma que existem alimentos com propriedades detox que podem ser consumidos por qualquer pessoa e que ajudam no processo. Conheça alguns deles abaixo: