Topo

Nasa registra explosão causada por buraco negro em galáxia a 15 milhões de anos-luz

À esquerda está uma imagem óptica da galáxia; à direita, a explosão em detalhes - Nasa
À esquerda está uma imagem óptica da galáxia; à direita, a explosão em detalhes Imagem: Nasa

Do UOL

Em São Paulo

01/05/2012 12h22Atualizada em 09/05/2012 15h52

O Observatório de Raios X Chandra, da Nasa, descobriu uma explosão extraordinária gerada por um buraco negro na galáxia espiral M83, localizada a cerca de 15 milhões de anos-luz da Terra.

Com o equipamento, astrônomos descobriram uma nova fonte de raios X ultraluminosos (ULX), objetos que emitem mais raios X que a maioria dos sistemas binários comuns (nos quais a estrela orbita uma estrela de nêutrons ou um buraco negro).

À esquerda está uma imagem óptica do M83 feita pelo Very Large Telescope, no Chile, operado pelo Observatório Europeu do Sul. À direita, a composição mostra dados em raios X, do Chandra, em rosa, e ópticos, do telescópio espacial Hubble, em azul e amarelo.O ULX está localizado perto da parte inferior.

Em observações do Chandra de vários anos, o ULX teve seu brilho em pelo menos 3.000 vezes. Trata-se de uma das maiores mudanças em raios X já vistas nesse tipo de objeto, segundo a Nasa.

Os resultados indicam que o 'companheiro' do buraco negro é uma estrela gigante vermelha, com mais de 500 milhões de anos, segundo o site da Nasa, e uma massa cerca de quatro vezes inferior à do Sol. De acordo com os modelos teóricos para a evolução das estrelas, o buraco negro deve ser quase tão antigo quanto sua companheira.

Os astrônomos acreditam que a emissão durante a explosão de raios X deve ter sido causada por um disco em torno do buraco negro que brilhou muito à medida que ganhou material proveniente da estrela 'companheira'.

Os pesquisadores estimam um intervalo de massas para os raios X ultraluminosos do M83 de 40 a 100 vezes maior do que o Sol.

Foram obtidas provas de que o buraco negro desse sistema pode ter se formado a partir de uma estrela rica em "metais", como os astrônomos chamam de elementos mais pesados que o hélio.

Um grande número de metais aumenta a taxa de perda de massa para estrelas massivas. Isso, por sua vez, diminui a massa dos buracos negros resultantes. Os modelos teóricos sugerem que, com um teor de metais alto, apenas buracos negros com massas inferiores a 15 vezes a do Sol devem se formar. Portanto, esses resultados podem desafiar esses modelos.

Esta "receita" de buraco negro não é a única explicação possível. Pode ser, também, que o buraco negro seja tão antigo que se formou numa época em que os elementos pesados eram menos abundantes em M83. Outra explicação é que a massa do buraco negro é apenas cerca de 15 vezes superior à do Sol.