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Objetivos de desenvolvimento sustentável com mudança no consumo são chave para Rio +20, diz ministra

Lilian Ferreira

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/05/2012 13h24

Para a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, o sucesso da Rio +20 depende da criação de objetivos claros para atingir o desenvolvimento sustentável em nível global. E isso só será alcançado com a mudança no padrão de consumo.

"É impossível achar que vamos manter o padrão atual de consumo dos países desenvolvidos para todos do mundo. Não vamos mais dividir os países em desenvolvidos e em desenvolvidos, a mudança de comportamento é para todos", disse a ministra em encontro com jornalistas no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (11).

O secretário executivo da Comissão Nacional para a Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, concorda. "O mundo inteiro não pode ter um padrão de consumo que nos leve no caminho oposto ao desenvolvimento sustentável".

A Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que ocorre no Rio de Janeiro, de 13 a 23 de junho, terá a participação de 183 delegações das 193 nações da ONU. Ambos fizeram questão de destacar que, apesar de o parlamento europeu ter dito que não virá para a Rio +20, a alta cúpula da União Europeia estará presente.

O embaixador salientou que o Brasil quer claramente o estabelecimento de objetivos de desenvolvimento sustentável, que abarque o social, econômico e ambiental. Segundo ele, o texto que sairá da conferência deve dizer "como fazer diferente" para não entrarmos mais em crises como hoje.

"Estamos vivendo crises nas três áreas. Temos desemprego, desigualdade, crise financeira, sem falar do esgotamento dos recursos naturais do planeta. E isso não é a toa. Algo não está sendo feito da maneira correta. Os modelos de desenvolvimento não só perderam a capacidade de responder a desafios novos, mas também estão gerando crises. A Rio +20 é sobre isso, olhar para os proximos 20 anos e dizer como responder a essas crises. Como mudar o desenvolvimento para que ele pare de gerar crises", afirmou o embaixador.

Teixeira destacou, ainda, que a Rio +20 deve abrir processo para refinar metas nas áreas mais discutidas como emprego, alimentação para todos, oceanos, água, clima e energia. E disse que só será possível avançar nestas áreas com vontade política e envolvimento de todos os setores sociais, ressaltando o papel da sociedade civil e do setor privado, para inovar.

Figueiredo disse que eles trabalham com o prazo de 2015 para definir os objetivos, que é quando expiram as metas de desenvolvimento do milênio. As novas metas, incluindo o meio ambiente, iriam até 2030.