Topo

Astrônomos conseguem encontrar galáxias escuras pela primeira vez

Do UOL

Em São Paulo

11/07/2012 11h48Atualizada em 11/07/2012 13h05

Com ajuda do telescópio VLT, do Observatório Europeu do Sul, astrônomos conseguiram encontrar galáxias escuras pela primeira vez  – uma fase inicial de formação de galáxias prevista pela teoria, mas que até agora nunca tinha sido observada. Esses objetos são ricos em gás, mas pobres em estrelas.

Os cientistas acreditam que as galáxias escuras devem ter alimentado galáxias maiores com o gás que posteriormente deu origem às estrelas que existem hoje.

Uma vez que são desprovidas de estrelas, essas galáxias não emitem muita radiação, o que as torna muito difíceis de serem detectadas. Durante anos, os astrônomos tentaram desenvolver novas técnicas para confirmar a existências delas.

Segundo o suíço Simon Lilly, coautor do artigo científico que descreve o resultado, foi preciso usar uma luz brilhante para conseguir o feito. "Procuramos o brilho fluorescente do gás em galáxias escuras quando elas foram iluminadas pela radiação ultravioleta de um quasar próximo muito brilhante. A radiação do quasar ilumina as galáxias escuras num processo semelhante ao das lâmpadas ultravioletas, que iluminam as roupas brancas numa discoteca."

A equipe aproveitou a sensibilidade do VLT para detectar o brilho fluorescente e tênue das galáxias escuras. Foram detectados quase 100 objetos gasosos que se situam num raio de alguns milhões de anos-luz do quasar. Depois de uma análise detalhada, os astrônomos viram que, em diversos casos, a emissão vinha de uma formação estelar interna das galáxias, e não do quasar. No fim, o número de objetos chegou a 12.

Os cientistas também conseguiram determinar algumas das propriedades das galáxias escuras. Eles estimam que a massa do gás nesses objetos seja de um bilhão de vezes a do Sol, típica de galáxias com pouca massa ricas em gás que existem no Universo primitivo.