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Hubble acha sete galáxias que surgiram quando o Universo tinha menos de 4% da idade atual

Do UOL, em São Paulo

12/12/2012 19h40

O telescópio Hubble detectou sete galáxias primitivas e distantes - até então nunca observadas - que se formaram há mais de 13 bilhões de anos, período em que o Universo tinha menos de 4% da sua idade atual, divulgou a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) nesta quarta-feira (12).

Elas surgiram entre cerca de 350 milhões e 600 milhões de anos depois do Big Bang, explosão que deu início ao cosmos, mas a luz de cada uma só está chegando agora à Terra, explicam os cientistas – “observar uma galáxia antiga é também uma forma de olhar para o passado”, lembra a agência.

O objeto mais distante pode ter surgido apenas 380 milhões de anos depois do nascimento do Universo, já que aponta um red shift de 11,9 – o que sugere um novo recorde entre as observações, afirma o comunicado. Cientistas estimam que o Universo tenha 13,7 bilhões de anos.

Os astrônomos usam a luz infravermelha para estudar o ‘espaço primitivo’, pois a expansão do Universo mostra a luz visível e ultravioleta das galáxias em comprimento de ondas infravermelhas, fenômeno denominado red Shift – quanto maior o red Shift, mais distante está a galáxia, portanto. O grupo usou quatro filtros para distinguir as cores emitidas pelos objetos e, assim, estimar com precisão suas distâncias até a Terra.

O estudo mostra, ainda, um leve declínio no número de galáxias surgidas no passado, cerca de 450 milhões de anos depois do Big Bang, o que suporta a teoria de que os conjuntos foram formados continuamente no decorrer do tempo e, também, que eles emitiram radiação suficiente para reaquecer – ou “re-ionizar”, como usam os astrônomos – o Universo após a explosão.

As observações feitas durante seis semanas, entre agosto e setembro, fazem parte de um complexo "censo" do universo, cujos resultados começam a ser publicados em diversos estudos científicos. A equipe de astrônomos foi liderada por Richard Ellis, pesquisador do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos.

Um dos principais objetivos deste programa é determinar a rapidez com que cresce o número de galáxias durante o início do Universo. Esta medida é a principal evidência do processo de formação das estrelas constituintes dessas primeiras galáxias.