Reavaliação de estudo diz que diminuição de QI está mais ligada a pobreza do que a uso de maconha
Se você espalhou para todos seus amigos a notícia de que o uso de maconha provocaria diminuição do QI (quociente de inteligência) na fase adulta, preste atenção a este novo estudo. A pesquisa publicada nesta semana desqualifica a conclusão ao afirmar que a condição social tem maior influência na deficiência das funções cognitivas. Incluindo a variável socioeconômica, o resultado do estudo anterior estaria superestimado e seu efeito real seria nulo.
Ambos os estudos, publicados na conceituada revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), analisaram dados de mais de mil crianças nascidas entre 1972 e 1973, em Dunedin, Nova Zelândia, que foram acompanhadas até completarem 38 anos. Elas eram entrevistadas periodicamente sobre o uso da maconha a partir dos 18 anos.
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Análises prévias já tinham mostrado relação entre fumar maconha quando era mais jovem e se tornar dependente à droga com a situação socioeconômica. Ole Røgeberg, autor do novo estudo e economista no CentroRagnar Frisch para Pesquisas Econômicas, em Oslo, na Noruega, disse que a pobreza, que pode levar a um menor nível educacional e a trabalhos menos desafiadores, está associada ao declínio do QI.
Madeline Meier, psicóloga da Universidade de Duke e autora do estudo original, disse que o status socioeconômico foi controlado e que, entre os participantes que não usaram maconha pesadamente na juventude, o QI permaneceu o mesmo ao longo de suas vidas, independentemente da situação econômica.
"Apesar [das conclusões], seria muito forte dizer que os resultados [da pesquisa original] foram desacreditados, que a metodologia é falha e que a inferência causal leva a resultados prematuros", diz Røgeberg no artigo.
Outros estudos publicados recentemente apontam que o uso frequente e pesado de maconha danifica o cérebro.
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