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Mais planetas deveriam ser considerados habitáveis, defende cientista na Science

Do UOL, em São Paulo

02/05/2013 16h04

A revista Science desta semana traz uma grande revisão sobre os exoplanetas, planetas fora do Sistema Solar, e a possibilidade de se encontrar vida em outros astros do Universo. Sara Seager sugere que o conceito de zona habitável precisa ser expandido para incluir outras possibilidades que não apenas procurar planetas em locais que poderiam ter água líquida, como considerar atmosferas ricas em hidrogênio e com pouca água.

Muitos exoplanetas descobertos não possuem similares no Sistema Solar e a zona habitável deveria ser analisada caso a caso, ela diz. De acordo com ela, há uma visão emergente de que planetas muito diferentes dos nossos podem ter condições propícias para a vida. E assim, os astrônomos não deveriam procurar definir a zona habitável com apenas um conceito pronto, para aumentar as chances futuras de descobrir locais habitáveis. Hoje, classifica-se como planetas com possibilidade de vida aqueles que possuem características similares às da Terra, ou seja, com água líquida em abundância.

Os cientistas acreditam que a Via Láctea possui tantos planetas quanto estrelas - pelo menos 900 exoplanetas já encontrados. Para eles, o Sistema Solar pode ser apenas um exemplo, e talvez um exemplo incomum, da extrema diversidade de sistemas planetários que existem na galáxia.

Segundo Andrew Howard, os sistemas mais comuns são formados por um ou mais planetas com tamanho entre uma e três Terras, orbitando muito mais perto suas estrelas do que a Terra está do Sol.  Pequenos planetas entre o tamanho da Terra e Netuno são bem mais numerosos do que planetas do tamanho de Júpiter. As  pesquisas suportam o modelo em que os planetas se formam pelo acúmulo de sólidos e, em seguida, de gás em discos protoplanetários. A diversidade de características exoplanetárias demonstra que a maioria das características do Sistema Solar são uma das possibilidades.

William Borucki e sua equipe detectaram de dois pequenos planetas (1,4 e 1,6 vezes o tamanho da Terra) na zona habitável de uma estrela menor e mais fria do que o Sol. Neste estudo, a zona habitável é definida como "o anel em torno de uma estrela onde um planeta rochoso com uma atmosfera CO2-H2O-N2 (gás carbônico, água e nitrogênio) e teor de água suficientemente grande (como na Terra) para conter água líquida em sua superfície sólida." Seager argumenta que o conceito de zona habitável precisa ser ampliado para incluir outras possibilidades, como ambientes ricos em hidrogênio e estoques de água reduzidos.

Por outro lado, no campo da descoberta planetária si, os sinais de vida não podia ser mais fortes. Todo mês, apenas o telescópio orbital Kepler encontra centenas de novos exoplanetas em potencial em um pedaço de céu perto da constelação de Cisne.