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Aumento de proteína garantiu sobrevivência de baleias e mamíferos marinhos

Do UOL, em São Paulo

13/06/2013 15h54

Novos estudos divulgados nesta quinta-feira (13) pela revista Science ligam a presença de certas proteínas do sangue e dos músculos, como a hemoglobina e a mioglobina, à capacidade evolutiva de mamíferos -- o aumento das proteínas fez com que eles ficassem mais tempo sem respirar.

O primeiro deles, conduzido pela Universidade de Liverpool, na Inglaterra, relembra que mamíferos dos mares (como baleias, leões-marinhos e focas) conseguem ficar submersos por períodos de mais de uma hora devido à alta concentração de mioglobina em seus músculos. O estudo inova ao apontar que a concentração de mioglobina nestes animais foi crescendo ao longo dos séculos — permitindo a eles ampliar a capacidade de armazenar oxigênio e garantindo aos músculos energia suficiente para mergulhos mais profundos — o que permitiu sua sobrevivência.

Isso porque ao submergir por extensos períodos esses animais conseguem chegar a grandes profundidades e obter alimento em locais a que outras criaturas dos mares não têm acesso. Seres humanos carregam mioglobina, mas em quantidade muito inferior à dessas espécies e, assim, não têm como permanecer tanto tempo sob a água.

Para chegar à conclusão, um time liderado pelo pesquisador Scott Mirceta, do Insitituto de Biologia Integrativa da universidade inglesa, analisou e comparou a quantidade de mioglobina no organismo desses mamíferos e no de seus ancestrais, identificando o aumento que beneficiou a espécie em um período que abrange 200 milhões de anos. Foram analisadas 130 espécies de mamíferos marinhos.

Camundongo e peixe

Outros estudos divulgados pela "Science" incluem a análise de um processo resultante da relação hemoglobina x oxigênio no sangue de duas espécies de camundongo (uma habitantes de montanhas, outra, de planícies) e um olhar mais aprofundado sobre um tipo de hemoglobina encontrado somente no sangue de peixes da família dos Actinopterygii. Em ambos, as proteínas auxiliaram as espécies a garantir sua continuidade no meio-ambiente.