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Quantos planetas e estrelas existem no espaço? Entenda a conta polêmica

Uma só galáxia pode ter bilhões de estrelas e planetas - NASA / ESA / S. BECKWITH / HHT
Uma só galáxia pode ter bilhões de estrelas e planetas Imagem: NASA / ESA / S. BECKWITH / HHT

Do UOL, em São Paulo

15/10/2022 04h00Atualizada em 16/10/2022 10h36

A conta não é unânime, mas os números são, literalmente, astronômicos. Estudos de astrofísicos da universidade de Harvard, nos EUA, calculam que existam cerca de 17 bilhões de planetas parecidos com a Terra apenas na Via Láctea. Se ampliarmos a pesquisa para qualquer tipo de planeta (semelhantes aos gigantes gasosos do nosso sistema solar), este número salta para 100 bilhões.

Esta quantidade, porém, ainda é ínfima diante do total mais comumente aceito pelos cientistas do número de estrelas existentes: 70 sextilhões (10^22). As estimativas indicam também que há cerca de 100 bilhões (10^11) de galáxias.

Mas nem os cientistas mais sérios se atrevem a calcular quantos planetas existem ao todo no universo. Por uma razão simples: estrelas e galáxias podem ser observadas porque emitem luz. Já planetas não são facilmente encontrados.

Planetas fazem parte de sistemas solares. Em média, a cada seis estrelas, uma contém um corpo rochoso como a Terra em sua órbita. Como não possuem luz própria e são muito pequenos (em relação a outros objetos), fica difícil para nós enxergarmos planetas a olho nu, até mesmo na Via Láctea.

Isso explica por que, desde a década de 90, quando foram descobertos os primeiros planetas fora do Sistema Solar - os exoplanetas -, apenas 5000 deles foram observados pelos astrônomos.

Para encontrar um planeta, é preciso sorte. Normalmente, os descobertos são grandes e estão bem perto das estrelas que orbitam.

Quando os telescópios observam uma estrela e surge um ponto negro que "caminha" pela imagem, isso indica que um planeta pode estar passando entre a estrela e o telescópio. Também é possível observar a perturbação da órbita de um astro devido à presença de outro, sem que este seja visualmente detectado.

ciencia - NASA/AMES/JPL-CALTECH - NASA/AMES/JPL-CALTECH
Planetas e Sol
Imagem: NASA/AMES/JPL-CALTECH

Cálculo intergaláctico

Observar estrelas e galáxias pode ser mais fácil - mas, ainda assim, os cientistas precisam recorrer às estatísticas. Para começar o cálculo, os cientistas escolhem uma área específica do Universo para observar. Com imagens obtidas por telescópios comuns, eles contam o número de estrelas ou galáxias encontradas nesta área. A partir daí, entra a estatística para extrapolar o número contado na amostra e encontrar dados que representem o volume total.

Há ao menos um consenso quando cientistas contam galáxias: eles concordam com o princípio de que o Universo tem a mesma aparência em qualquer direção que se observa. Isso quer dizer que um observador, em qualquer parte do Universo, vai sempre observar as mesmas propriedades, independentemente da geometria geral dele.

Fontes: Sandra dos Anjos, professora do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP; Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics; site kepler.nasa.gov.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemene do informado, desde a década de 90 até recentemente foram confirmados 5.000 exoplanetas, não 500 como estava anteriormente. Informação foi corrigida.