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Concordar com tudo o que parceiro quer faz mal à relação, diz estudo

Do UOL, em São Paulo

03/01/2014 06h00

Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, investigou uma questão que resulta em muitas discórdias matrimoniais: afinal, numa união amorosa é melhor estar feliz com as situações, concordando com tudo, ou estar com a razão?

Os pesquisadores buscaram uma resposta para isso após verem muitos casais que levavam vidas a dois estressantes por sempre preferirem estar certos, com a razão, em vez de felizes.

Publicada no British Medical Journal, a pesquisa tentou responder analisando, por meio de um experimento, os efeitos de estar certo em vez de estar feliz dentro do casamento.

Para isso, escolheram um casal em que a mulher seria sempre a parte certa, e o homem aceitaria o que ela escolhesse, sendo a parte feliz.

Só que no experimento, apenas o participante homem saberia que o casal estava sendo analisado. Então a ele restava sempre concordar com o que a esposa quisesse, sem reclamar. Mesmo que ele acreditasse que a esposa estava profundamente errada, tinha que aceitar o que lhe era imposto.

A qualidade de vida de ambos os participantes foi medida usando uma escala de 1 a 10.

O experimento teve de ser abortado 12 dias após seu início, devido ao fato de que a mulher foi ficando extremamente crítica de tudo o que o marido fazia.

Em termos de nota dada à qualidade de vida, o marido viu a sua cair de 7 (registrada no início do experimento) para 3. Já a da mulher subiu sutilmente: foi de 8 para 8,5.

Apenas concordar e aceitar tudo é ruim

"Identificamos que estar certo implica em estar mais feliz, e concordar com tudo o que alguém quer implica em estar infeliz. Os resultados desse experimento mostram que a presença de poder desenfreado em uma relação afeta a qualidade de vida dos que o obedecem", afirmam os autores do estudo em sua divulgação.

"No mundo, muitos vivem como casais, e nós acreditamos que poderia ser prejudicial a um dos cônjuges ter de sempre concordar com o outro. Todavia, mais pesquisas são necessárias para saber se esse foi um resultado isolado ou se, no caso de o homem ser quem está sempre certo, algo mudar."